O banco ABC Brasil (ABCB4) reportou um lucro ajustado de R$ 250 milhões no segundo trimestre de 2024, alta de 12,1% ante o primeiro trimestre do ano e de 23,9% em um ano.
A margem financeira líquida avançou 7,3% e 11,0% na mesma base de comparação, para R$ 525,6 milhões.
O banco revisou sua projeção para a expansão da carteira para empresas médias (middle) a 10% a 15% (de 15% a 25% antes), mas ainda assim manteve inalterada a projeção para a carteira total, que é de alta de 10% a 15%.
A carteira de crédito expandida do ABC subiu 5,0% no trimestre e 11,4% em um ano, para R$ 48,284 bilhões. A inadimplência subiu para 3,0%, contra 2,9% no primeiro trimestre e 1,2% há um ano.
Juro alto por mais tempo prejudicou expansão da carteira para middle, disse o diretor
De acordo com Ricardo Moura, diretor de relações com investidores, M&A proprietário e estratégia, o cenário de juro mais elevado por mais tempo acabou reduzindo a velocidade de crescimento do middle.
Ao manter a projeção para a carteira total, o ABC indica que outros segmentos podem compensar o desempenho um pouco abaixo do esperado no middle.
No segundo trimestre, por exemplo, a carteira de corporate e banco de investimento teve alta anual de 16,3%, acima do middle (9,8%).
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A receita de tarifas ficou em R$ 122,2 milhões, com alta trimestral de 19,6% e anual de 54,0%. Em 12 meses, o crescimento é puxado pelas receitas do banco de investimento, que subiram 140,8%, para R$ 43,9 milhões.
No agro, alguns meses atrás havia um receio no mercado de que o ABC poderia sofrer mais que outros rivais em função das chuvas no Rio Grande do Sul, mas Moura afirma que o impacto foi imaterial, como o banco havia previsto.
“O Estado é menos de 5% da nossa carteira total e temos uma diversificação muito boa, em termos de geografia e de culturas”, disse o diretor de relações com investidores.
Sobre Americanas (AMER3), o ABC tinha uma exposição total de R$ 400 milhões e já havia provisionado 70% disso. Agora, com o processo de capitalização da companhia, o banco recebeu uma parte, outra foi transformada em uma debênture e um pedaço convertido em capital.
Com um índice de recuperação perto de 30%, Moura afirma que, com a nova situação atual, o banco não deve nem elevar nem reverter provisões.
O ROAE (retorno sobre patrimônio anualizado) do ABC foi de 16,1% no segundo trimestre, uma expansão de 1,07 ponto porcentual no período.
Apesar de ter revisado para baixo o crescimento do middle, o banco também reduziu o guidance para despesas administrativas, de crescimento de 9% a 14% para expansão de 7% a 12%. No semestre, o crescimento foi de 7,5% ante igual intervalo de 2023.