Mercado

Banco do Brasil (BBAS3): analistas veem com bons olhos desempenho no 4T23

Os especialistas acreditam em uma reação positiva do mercado nesta sexta-feira (9)

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou ao mercado seu desempenho no quarto trimestre de 2023 (4T23), na noite de quinta-feira (8), com um lucro líquido ajustado de R$ 9,442 bilhões, representando um aumento de 4,8% em comparação com o mesmo período de 2022. 

“Olhando para o conjunto de informações, o resultado deve ser lido de uma forma positiva”. A economista na WIT Invest, Jadye Lima, explicou que o ROE, um indicador muito observado pelos investidores, subiu de 21,6% para 22,5%, colocando o retorno sobre o patrimônio líquido do BB como o maior quando comparado com bancos pares.

Para o analista fundamentalista da Quantzed, Leonardo Piovesan, foi um resultado em linha com o esperado, num primeiro momento, “foi um resultado forte por conta do lucro líquido ajustado, que veio alto, relativamente alto, na casa de R$ 9,4 bilhões”, afirmou. 

No entanto, Piovesan destaca que, que o lucro líquido contábil ficou na casa dos R$ 8,8 bilhões, “que é um leve crescimento ano contra ano e trimestre contra trimestre”. 

A economista destaca que, em meio a ruídos políticos e de um modo geral, o Banco do Brasil entregou resultados contábeis bastante consistentes em 2023. “O resultado no 4T23 mostrou que o banco conseguiu driblar o aumento da inadimplência, das despesas, indo na contramão de empresas pares, e ainda assim entregar um lucro recorde”, ressaltou. 

Piovesan pontua um ponto negativo, no seu ponto de vista, em que vimos um aumento na Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), e “foi um problema de um provisionamento extra que a empresa fez por conta de algum cliente ou algum conjunto de clientes de empresas no segmento de empresas, que teve essa provisão maior”, explica. 

“Na minha opinião, o mercado não estava esperando isso. E a empresa não abre que cliente ou que conjunto de clientes foram responsáveis por essa provisão, mas penso que pode estar relacionado com o setor agro, que estamos vendo um cenário bem difícil.

Portanto, o analista afirma que, possivelmente, o Banco do Brasil possa passar por dificuldades com inadimplência vindo do setor agro. “Com isso, a empresa teve que fazer um provisionamento grande por conta disso”, completa.

Animação dos investidores

Para a economista, o crescimento no lucro líquido, pode ser respondido pelo aumento no volume e nas taxas de empréstimos e receita dos juros em tesouraria.

Por fim, Jadye pontua outro destaque que pode animar investidores, o anúncio da distribuição de R$ 630 milhões em dividendos e R$ 1,751 bilhão de juros sobre capital próprio (JCP), pagos até dia 29 de fevereiro.