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Bancos atravessam 3T23 sem sustos e com inadimplência sob controle 

O grupo dos chamados “bancões” finalizou o anúncio dos resultado do 3T23

A temporada de divulgação de balanços financeiros do terceiro trimestre de 2023 no Brasil ainda não acabou, porém um dos grandes setores da economia brasileira já anunciou os resultados dos seus principais atores.

Com a divulgação da Caixa na noite de segunda-feira (13), o grupo dos chamados “bancões”, composto também por Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) finalizou o anúncio dos resultado do 3T23. Juntos, os cinco bancos lucraram R$ 28,4 bilhões no trimestre encerrado em setembro.

Na análise de especialistas entrevistados pelo BP Money, os balanços apresentados pelas instituições financeiras vieram sem sustos e, apesar de um tropeço ou outro, o setor tem mais a comemorar do que se preocupar.

“Os destaques nos resultados divulgados passaram por uma tendência de redução na inadimplência e bons resultados nas atividades de seguros. Com menores provisões para devedores duvidosos, abrirá espaço para que os bancos adotem uma estratégia mais agressiva na concessão de crédito e também distribuam maiores dividendos”, avalia o especialista em finanças e investimentos, Hulisses Dias.

“Vimos o resultado dos bancos no 3T23 como positivos, dentro do esperado. Crescimento mais contido do crédito, inadimplência estável, com elevação do custo do crédito”, acrescentou o analista de investimento da Planner Corretora, Victor Martins.

Caso a Caso

Dentre os grandes bancos, aquele que apresentou a situação menos confortável foi o Bradesco. A companhia reportou lucro líquido de R$ 4,6 bilhões no trimestre, queda de 11,3% comparado ao mesmo período de 2022.

Os analistas chamaram atenção para a melhora na base trimestral em comparação aos períodos anteriores. “O 3º trimestre mostra sinais de recuperação, com a despesa de PDD apresentado queda de R$ 1 bilhão em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada pelo foco maior em operações com menor risco de inadimplência. O Índice de Inadimplência teve elevação de 0,20%, ainda sob impacto do caso Americanas.
O ROE ficou em 11%, ainda baixo em relação ao histórico do Bradesco e abaixo da média do setor, mas há sinais claros de que o pior ficou para trás e os resultados devem seguir uma crescente nos próximos trimestres”, disse Hulisses Dias..

Victor Martins recomenda a compra de ações do Bradesco com preço justo de R$ 18,00/ação. “Nesse entendimento, o Bradesco se apresenta como a maior oportunidade do setor”, reforça Dias.

Por sua vez, o Santander reportou um lucro líquido de R$2,7 bilhões, com destaque para a menor PDD neste trimestre. O lucro foi 12,5% menor na comparação anual, mas 18,2% acima do 2º trimestre de 2022. O ROE chegou a 13,1%, alta de 1,9 p.p em relação ao trimestre anterior. No resultado também se destaca a redução da inadimplência para 3,0% em setembro de 2023. O analista de investimento da Planner Correta indica compra com preço justo de R$ 34,00/ação.

O Itaú apresentou resultado consistente no 3T23, segundo o especialista da Planner. O lucro líquido no período foi de R$ 9,0 bilhões com ROAE de 21,1%. “Do lado positivo, o crescimento da margem financeira e do resultado de seguros, parcialmente compensado pelo aumento do custo do crédito e das Despesas Não Decorrentes de Juros. Mantemos uma visão construtiva para os resultados do banco nos próximos trimestres”, afirmou o especialista. A recomendação é de manutenção das ações.

Já o Banco do Brasil reportou resultado no 3T23, em linha com o esperado, com lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões com ROAE de 21,3%. A margem financeira bruta avançou 21% em 12 meses abaixo da alta de 66% do custo do crédito, com despesas administrativas acima da inflação e inadimplência de 2,8% em set/23. A recomendação da Planner é de manutenção para a ação.

Por fim, Caixa destaca em seu balanço, o lucro líquido recorrente de R$ 3,2 bilhões crescimento de 16,5% em relação ao 3T22, com atenção especial para os aumentos de 15,7% na margem financeira e de 1,2% nas receitas de prestação de serviço. O ROE recorrente ficou em 7,90%, crescimento de 0,14 p.p. em relação ao 2T23. É mais uma com recomendação de manutenção das ações.