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BBA projeta Ibovespa a 165 mil pontos em 2025 com 4 pilares

A nova projeção incorpora as estimativas dos analistas do banco e o novo cenário de custo de capital para o Brasil

Itaú BBA
Itaú BBA l/Divulgação

O Itaú BBA revisou sua projeção para o mercado de ações brasileiro, ajustando o preço-alvo do Ibovespa de 145 mil pontos ao final de 2024 para 165 mil pontos ao término de 2025, representando um potencial de alta de 21% em relação ao fechamento de agosto.

A nova projeção reflete as estimativas dos analistas do banco e o recente cenário de custo de capital para o Brasil, fundamentando a visão otimista para o país em quatro pilares principais.

BBA detalha pilares, confira

  1. Pilar de valor – considerado favorável. O BBA enxerga o Brasil negociando a um valuation atrativo em comparação com seus pares e com sua média histórica, com o múltiplo de preço/lucro (P/L) próximo de 8 vezes (em contraste com a média de 10 anos de 10,3 vezes) e o Earnings Yield Gap (razão lucro/preço ajustada à taxa de juros real de títulos públicos) de 6,3%, superior à média de 4,9%.
  2. Pilar de resultados – considerado levemente positivo. O lucro das empresas do Ibovespa deve crescer em torno de 12% no período de 2024-2025, com cerca de 10% de aumento em 2024, acelerando para 14% em 2025. A maior parte desse crescimento em 2024 será impulsionada pelo setor financeiro, enquanto o setor doméstico deverá apresentar uma expansão mais robusta em 2025. O segmento de commodities, por outro lado, deve mostrar o menor crescimento nos dois anos, com expectativa de queda no lucro em 2024.
  3. Pilar técnico/posicionamento – considerado neutro. Na avaliação dos estrategistas do BBA, apesar do recente rali de curto prazo do Ibovespa, os dados da indústria de fundos sugerem que os investidores domésticos ainda mantêm uma posição leve no mercado de ações, abaixo dos níveis mais altos registrados recentemente. “O investidor estrangeiro ingressou com recursos na Bolsa nos últimos meses, mas ainda registra retirada líquida de mais de R$ 25 bilhões no ano, mostrando também um posicionamento leve”, reforçam;
  4. Pilar Macro – considerado levemente negativo. A possibilidade de um novo ciclo de alta na Selic voltou a ser debatida no mercado, com a equipe de macroeconomia ainda esperando a manutenção na próxima reunião. Dependendo da intensidade e duração de um eventual ciclo, isso pode impactar negativamente o mercado de ações. Além disso, as preocupações fiscais permanecem, enquanto os investidores avaliam a viabilidade de alcançar as metas estabelecidas.

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Carteira de ações do BBA

O banco também revisou sua Brazil Buy List, realizando seis alterações em relação à composição anterior. O BBA adicionou as seguintes ações à carteira: Eletrobras (ELET3), Santos Brasil (STBP3), Direcional (DIRR3), Bradesco (BBDC4), B3 (B3SA3) e Rede D’Or (RDOR3).

Consequentemente, o banco excluiu seis ações da carteira anterior: Sabesp (SBSP3), Localiza (RENT3), Azzas 2154 (AZZA3; resultante da fusão entre Arezzo e Grupo Soma), Randon (RAPT4), Banco do Brasil (BBAS3) e Hypera (HYPE3).

O banco destaca suas 10 principais escolhas temáticas em quatro categorias de interesse: Equatorial (EQTL3), Eletrobras e Santos Brasil (bond proxies, ou ações com comportamento semelhante a títulos, com taxas internas de retorno reais de dois dígitos); Direcional, Bradesco e B3 (empresas cíclicas de qualidade); GPS (GGPS3) e Rede D’Or (temas seculares); e Suzano (SUZB3) e PRIO (PRIO3) (commodities com valuation atrativo).