Mercado

BC: há 67% de chance da inflação estourar o teto da meta em 2023

A autoridade monetária afirmou que a inflação aumentou nos últimos três meses, mas dentro do esperado

O Banco Central (BC) destacou, em Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira (28), que há uma chance de  67% do IPCA superar o teto da meta de 4,75% neste ano. Para 2024, a chance de estouro do limite passou de 21% para 24%.

Nesse sentido, o BC afirmou que a inflação aumentou nos últimos três meses, mas dentro do esperado. Segundo o documento, o movimento ocorreu porque saíram do cálculo de um ano os dados de meses de 2022 impactados por desonerações tributárias.

Sendo assim, no curto prazo, as projeções consideram variações de 0,38% em setembro, 0,41% em outubro, 0,39% em novembro e 0,53% em dezembro.

“O cenário de referência até dezembro contempla variações mais altas do que as observadas nos três meses até agosto, em linha com a sazonalidade mais alta do período”, afirmou a autoridade monetária.

Desse modo, a projeção do BC aponta para uma alta na inflação de 5% em 2023 e 3,5% no ano que vem. Já para 2025 e 2026, eles estimam 3,1%.

Projeção do PIB

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o BC revisou para cima suas expectativas de crescimento para o ano de 2023, elevando-a para 2,9%. Além disso, a autoridade monetária também aumentou sua projeção para o desempenho da economia brasileira em 2024, agora estimando um crescimento de 1,8%.

No comunicado, o Banco Central ressaltou que a revisão da estimativa para este ano se deveu ao sólido desempenho observado no segundo trimestre (2T23) e às projeções mais otimistas para os setores da indústria, serviços e consumo.

Campos Neto defende manutenção da meta fiscal

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (27), em audiência na Câmara dos Deputados, que o Brasil defende a manutenção das metas fiscais já definidas e que há “boas notícias pela frente”.

“A gente tem um tema de harmonia de política monetária e fiscal, é importante. O sistema de metas de inflação precisa ter ancoragem fiscal também”, disse.

“De certa forma, hoje o importante é persistir na meta [fiscal]. A razão pela qual existe questionamento é que existem receitas adicionais para atingir esse número”, pontuou Campos Neto.

Apesar de reconhecer a dificuldade do governo em cortar gastos, o presidente do BC acredita que, mesmo que a meta fiscal não seja atingida, os agentes financeiros irão reconhecer os esforços estatais.

“Mesmo que a meta não seja cumprida, os agentes econômicos vão ver o esforço para cumprir”, relatou o presidente do BC.

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