BC fixa teto às tarifas de cartões pré-pagos

O teto do BC foi fixado em 0,7% para cartões pré-pagos

O Banco Central fixou teto para a tarifa de intercâmbio de operações de cartões pré-pagos e de cartões de débito. O teto foi fixado em 0,5% para transações com cartões de débito, e em 0,7% para cartões pré-pagos.

A tarifa de intercâmbio é a remuneração paga ao banco emissor do cartão pelo credenciador do estabelecimento comercial. A tarifa é um custo que o credenciador repassa ao estabelecimento comercial que, por sua vez, repassa ao consumidor.

A instituição financeira também definiu que o prazo para a liquidação das operações dos cartões pré-pagos deverá cair 2 dias, o mesmo prazo de liquidação das operações com cartões de débito.

De acordo com o Bradesco (BBDC4), a PagSeguro (PAGS34) é a empresa mais afetada pela medida, com uma redução potencial de 1,5% a 3% nas receitas e de entre 12% a 15% no Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) esperado para 2023.

Nesta segunda-feira (26), as ações do PagSeguro despencaram 7,90%, cotadas a R$ 13,40.

A nova regulamentação do Banco Central entra em vigor em 1º de abril de 2023. Nesta segunda-feira, a PagSeguro ainda divulgou uma nota dizendo que estima que o impacto da medida do BC em seu lucro líquido em 2023 será próximo de zero.

BC interrompe alta de juros, mas deixa porta aberta para novo aumento

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Na semana passada, o Banco Central do Brasil optou por interromper o ciclo de alta de juros. A instituição monetária comunicou ao mercado que não irá alterar a taxa Selic, que se encontra em 13,75% ao ano. O ciclo de alta dos juros básicos teve início em março de 2021.

Em comunicado, o Copom (Comitê de Política Monetária) afirmou que novos ajustes na taxa básica de juros poderão ser feitos, caso a inflação não apresente sinais de arrefecimento. 

“O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, escreveram. 

“A inflação ao consumidor, apesar da queda recente em itens mais voláteis e dos efeitos de medidas tributárias, continua elevada”, afirmaram. 

O Comitê ainda comentou sobre o cenário externo, reiterando que o cenário continua adverso no exterior e dando enfoque nos resultados econômicos negativos da China.

“O ambiente externo mantém-se adverso e volátil, com contínuas revisões negativas para o crescimento das principais economias, em especial para a China. O ambiente inflacionário segue pressionado, enquanto o processo de normalização da política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas”, escreveram.

No começo de agosto, o BC do Brasil subiu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, levando a Selic para 13,75% ao ano. O anúncio veio dentro do esperado pelo consenso do mercado financeiro, diante da inflação persistente. Foi a 12ª alta consecutiva da taxa básica de juros brasileira.