No mês de novembro, o BC (Banco Central) registrou perda de R$ 20,282 bilhões nas operações de swaps, conforme divulgado nesta quarta-feira (11). Já entrando em dezembro, até o dia 6, o resultado também foi negativo em R$ 156 milhões.
A intenção de negociações dos swaps não é gerar ganhos para o BC. Na verdade, a partir desses contratos, a autoridade monetária oferece proteção ao mercado em momentos de grande volatilidade no câmbio.
O BC perde no contrato nas ocasiões em que o dólar sobe frente ao real – como está acontecendo em níveis históricos nas últimas semanas – e ganha com a valorização da moeda nacional.
Enquanto isso, o valor medido em reais das reservas internacionais, como resultado da variação do câmbio, aumentou R$ 86,495 bilhões em novembro. Em dezembro até dia 6, houve diminuição de R$ 8,075 bilhões, segundo o “Valor”.
Selic: XP acredita que BC deve subir taxa em 1 p.p.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) deve anunciar na quarta-feira (12), a partir das 18h30, sua decisão sobre a Selic (taxa básica de juros). A expectativa de casas de análise é que haja uma aceleração no ritmo de aperto monetário.
Até o momento, as apostas se consolidaram em torno de um aumento de 0,75 p.p. (ponto percentual), como apontou o Boletim Focus do BC. No entanto, após a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nesta terça-feira (10), há quem considere que o BC possa decidir por um ajuste mais agressivo.
Mesmo antes da divulgação da inflação brasileira, a XP já defendia que a deterioração das expectativas inflacionárias desde a última reunião do Copom justificava uma alta de 1 p.p. A tese ganhou força com os dados recentes, que apontaram para uma piora na composição da inflação, com pressões no setor de serviços e alimentos.
“A conjuntura parece suficientemente aguda para que o Copom opte por um movimento mais intenso, pelo menos em dezembro. A nosso ver, a elevação da taxa Selic em 1,00 p.p. contribuiria para estabilizar os preços dos ativos financeiros – especialmente a taxa de câmbio – e reforçar inequivocamente o compromisso do Copom com inflação baixa”, afirmou o time de economia da XP, segundo o InfoMoney.
A XP também acredita que o comunicado do Copom trará um alerta em relação ao cenário fiscal, destacando a importância de uma “política fiscal crível”.