Big techs estaõ atrás?

BDRs de big techs perdem para ações e Ibovespa em 2025

Segundo um estudo da Quantum Finance, quatro dos sete BDRs caíram, e nenhum conseguiu superar o desempenho do Ibovespa no período

Nvidia (Foto: Divulgação)
Nvidia (Foto: Divulgação)

As chamadas “7 Magníficas”, gigantes da tecnologia que costumam liderar os ganhos de mercado, não repetiram o desempenho brilhante no primeiro semestre de 2025. Meta, Microsoft e Nvidia conseguiram manter o ritmo de valorização, mas Amazon ficou praticamente estável — e outras três, Alphabet, Apple e Tesla, registraram quedas expressivas no período.

A situação se complica ainda mais quando o foco da análise são os BDRs — recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na bolsa brasileira (B3).

Veja tabela abaixo

EmpresaRetorno do BDRsRetorno das ações originais
Meta7,10%21,63%
Microsoft2,23%18,35%
Nvidia1,25%22,53%
Amazon-11,32%1,47%
Alphabet-19,31%-5,54%
Apple-25,72%-15,40%
Tesla-37,09%-20,80%
Fontes: Economatica e InfoMoney

Segundo um estudo da Quantum Finance, divulgado ao InfoMoney, quatro dos sete BDRs caíram, e nenhum conseguiu superar o desempenho do Ibovespa no período.

O levantamento ainda aponta que a diferença entre o desempenho das ações no exterior e dos BDRs chegou a 21,28 pontos percentuais, evidenciando que, para o investidor brasileiro, os papéis das gigantes techs acabaram entregando muito menos do que o esperado no semestre.

Impacto da valorização do real agrava queda dos BDRs

A Tesla registrou a maior desvalorização, com seus BDRs caindo 37,09%, enquanto as ações negociadas nos Estados Unidos recuaram 20,80%. Logo depois, aparece a Apple, cujo certificado apresentou uma queda de 25,72%, contra 15,40% da ação original. A Alphabet também sofreu perdas, com seus BDRs diminuindo 19,31%, em comparação com 5,54% da ação americana. No mesmo intervalo, o Ibovespa teve uma retração de 15% (confira a lista completa abaixo).

A principal razão para a expressiva queda dos BDRs está na valorização do real. Quando o ativo nos EUA já está em baixa e a moeda brasileira se fortalece, o efeito negativo nos certificados é duplo: há perda tanto pelo desempenho do papel no exterior quanto pela variação cambial. No primeiro semestre, o real avançou 12,30% frente ao dólar, conforme levantamento da Austin Rating.

“O que derruba os BDRs não é só o desempenho das ações lá fora, é o câmbio. Com o real se valorizando, os BDRs sofrem ainda mais, mesmo que as ações lá fora não tenham caído tanto”, esclareceu Fábio Murad, economista e CEO da Super-ETF Educação.