A Beep Saúde, uma startup que oferece serviços de vacinação e exames no conforto do lar em Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, acaba de receber um investimento significativo de cerca de R$ 100 milhões.
O aporte foi fornecido pelo fundo Lightsmith, com sede em Nova York, especializado em investimentos de impacto social e que já é um investidor da Solinftec, uma inovadora plataforma agrícola comparada ao “Waze da lavoura”, cujos sócios incluem um fundo da família de Luiza Trajano.
A Beep Saúde informou que, após o recente investimento, sua avaliação atingiu R$ 1,2 bilhão. Vander Corteze, o fundador da empresa, descreve essa avaliação como “mais madura” do que as estimativas anteriores, que eram feitas em um período de abundância de capital e resultavam em “unicórnios” surgindo semanalmente no Brasil.
Após o recente aporte de R$ 100 milhões, a Beep Saúde alcançou uma avaliação de R$ 1,2 bilhão. Corteze considera essa avaliação “mais sólida” em comparação com as anteriores.
Ele observa que as estimativas anteriores eram realizadas durante uma fase de grande disponibilidade de capital, quando o Brasil via uma proliferação semanal de “unicórnios”.
‘Breakeven’ da Beep Saúde
A nova rodada de investimentos contou com a participação do CZI, o fundo de Mark Zuckerberg e Priscilla Chan, que já havia investido um montante não divulgado na empresa dois anos atrás. Também contribuíram David Vélez, fundador do Nubank, e a Actyus, gestora liderada por Sergio Furio, fundador da Creditas.
Além desses investidores, a Beep Saúde conta com a parceria do Bradesco e da DNA Capital, gestora criada pela família Bueno, conhecida por fundar a Amil e controlar a Dasa, que é responsável por hospitais e laboratórios.
O novo investimento ocorre poucos meses após a Beep Saúde alcançar o “breakeven”, marcando o ponto em que a empresa parou de acumular prejuízos e começou a operar com lucro. Segundo a Beep, ao final do primeiro semestre deste ano, sua receita anualizada atingia aproximadamente R$ 300 milhões.
Investimento em tecnologia
Segundo ele, a totalidade dos recursos será destinada ao avanço tecnológico da empresa. Um dos objetivos é aprimorar um modelo de negócios que, embora não possua clínicas próprias e terceirize as análises para o DB Diagnóstico, é altamente eficiente em termos de logística.
A Beep opera com uma estrutura totalmente “verticalizada”, contando com uma frota própria de mais de 400 veículos e uma equipe de mais de mil colaboradores.
“Não se trata apenas de tecnologia no app, mas dos bastidores do nosso funcionamento. Para nosso negócio se sustentar, precisamos criar “geodensidade”, ou seja, ter cada vez mais atendimentos próximos uns dos outros, a fim de tornar as rotas mais eficientes. Essencialmente, é um desafio logístico baseado em “machine learning” (aprendizado de máquina, um tipo de inteligência artificial). Para isso, é necessário contratar pessoas especializadas”, explica Corteze.