O fundador da XP Investimentos (XPBR31), Guilherme Benchimol, admitiu ter cometido diversos erros durante o bull market dos últimos anos. Em reunião presencial com analistas, o executivo afirmou que a corretora contratou demais, o que foi agravado pelo fato da maioria dos funcionários ter sido admitida durante a pandemia, dificultando uma maior exigência no momento de selecionar os melhores candidatos.
Além disso, Benchimol revelou que a política de home office foi um erro e teve que ser revertida porque “não funcionou como o esperado e impactou a cultura”.
Na reunião, o fundador da XP ainda admitiu que não interagiu o suficiente com os investidores e sinalizou que fará mais reuniões com o sellside daqui para frente.
“Na realidade, a última vez que nos encontramos com ele foi em 2017, quando a XP decidiu fazer o IPO. Já faz seis anos”, escreveu Eduardo Rosman, do BTG (BPAC11).
De acordo com o “Brazil Journal”, além de Benchimol, estavam presentes Thiago Maffra, CEO da XP, o CFO Bruno Constantino, e o CEO do Banco XP, José Berenguer.
Benchimol diz que XP irá surpreender em eficiência em 2023
Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos (XPBR31), afirmou em entrevista ao portal “InfoMoney” que a corretora irá surpreender em eficiência em 2023.
De acordo com o executivo, a companhia tem investido em negócios complementares para ganhar mais resiliência e “permitir que os clientes cortem definitivamente o cordão umbilical com os bancos tradicionais”.
“Nosso jogo é continuar ganhando participação em relação aos bancos incumbentes, aumentando o cross sell interno [venda de produtos e serviços complementares] e mantendo os custos baixos. Isso permitirá que tenhamos as melhores margens do sistema. Em 2023, creio que muitos bancos tradicionais passarão boa parte do ano resolvendo problemas de inadimplência de crédito. Nós não temos esse problema. Nosso único desafio é fidelizar o cliente”, disse Benchimol.
Ainda em relato ao “InfoMoney”, o fundador da XP falou sobre as demissões promovidas pela casa no final de 2022.
“A questão de eficiência não será um mantra apenas para o agora, mas para todos os momentos a partir de agora. Aprendemos do jeito mais difícil, errando e sendo obrigados a corrigir. Sempre tivemos esse espírito – afinal, somos empresa de donos. Mas acho que a sequência de grandes operações em que estivemos envolvidos, como a participação do Itaú no capital, o IPO, além do próprio “bull market”, nos fez perder o “olho da bola” nesse aspecto”, revelou Benchimol.