Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos (XPBR31), afirmou em entrevista ao portal “InfoMoney” que a corretora irá surpreender em eficiência em 2023.
De acordo com o executivo, a companhia tem investido em negócios complementares para ganhar mais resiliência e “permitir que os clientes cortem definitivamente o cordão umbilical com os bancos tradicionais”.
“Nosso jogo é continuar ganhando participação em relação aos bancos incumbentes, aumentando o cross sell interno [venda de produtos e serviços complementares] e mantendo os custos baixos. Isso permitirá que tenhamos as melhores margens do sistema. Em 2023, creio que muitos bancos tradicionais passarão boa parte do ano resolvendo problemas de inadimplência de crédito. Nós não temos esse problema. Nosso único desafio é fidelizar o cliente”, disse Benchimol.
Ainda em relato ao “InfoMoney”, o fundador da XP falou sobre as demissões promovidas pela casa no final de 2022.
“A questão de eficiência não será um mantra apenas para o agora, mas para todos os momentos a partir de agora. Aprendemos do jeito mais difícil, errando e sendo obrigados a corrigir. Sempre tivemos esse espírito – afinal, somos empresa de donos. Mas acho que a sequência de grandes operações em que estivemos envolvidos, como a participação do Itaú no capital, o IPO, além do próprio “bull market”, nos fez perder o “olho da bola” nesse aspecto”, revelou Benchimol.
Benchimol dá bronca e pede XP “de volta”
Na semana passada, Guilherme Benchimol deu uma “sacudida” nos assessores pedindo a XP (XPBR31) de anos atrás de volta. Por e-mail, ele iniciou falando que precisava “compartilhar um insight” com a categoria. Lembrou dos anos de sucesso nas empresas, com aumento de bases de clientes e AUC.
No entanto, salientou que o sucesso, por vezes, faz perder um pouco da humildade. De acordo com ele, “grandes líderes de transformaram em burocratas”, e que os times comerciais se transformaram em analistas políticos. Benchimol também destacou que o “caldeirão comercial” pré-pandemia se tornou cemitérios sombrios.
“Por vezes também vejo assessores conformados e deixando ‘abandonados’ seus clientes que tanto confiaram em nós”, apontou Benchimol.
O líder da companhia aponta fatores negativos que dificultam o humor do investidor, como crise, juros altos, guerra e inflação, mas destaca que reclamar nunca foi o melhor caminho ao longo dos 22 anos de Casa.
Benchimol questionou assessores mais antigos de um possível conformismo após anos de XP.
“Atualmente, a média de abertura de conta com investimento superior a R$ 300 mil é de 0.3 por assessor/mês. Confesso que acreditar que um assessor abre apenas 4 contas por ano é inacreditável”, apontou Benchimol.