O diretor-geral da Binance no Brasil, Guilherme Haddad Nazar, se comprometeu, nesta quinta-feira (14), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das pirâmides financeiras de criptoativos, a fornecer a lista dos 700 maiores clientes da corretora.
Contudo, o diretor da Binance afirmou que a entrega da lista acontecerá apenas, se a solicitação for formalizada por escrito e com a garantia de sigilo dos dados.
Nesse sentido, o pedido aconteceu após uma análise realizada pela AML Reputacional, a pedido do Capitual (antigo parceiro da empresa), que sugeriu que 95% dos 700 maiores usuários da Binance possivelmente estariam envolvidos em atividades de lavagem de dinheiro na plataforma.
Binance na CPI
Vale destacar que a CPI também avaliou o processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra a Binance, que diz respeito à oferta de derivativos não registrados a investidores brasileiros.
Em suma, o processo iniciou em 2020 e resultou em uma “stop order” da CVM. Inicialmente, a corretora acatou, e encerrou a oferta desse tipo de produto financeiro em seu site em português.
No entanto, houveram evidências de que a Binance incentivava os usuários a burlar a decisão. Para isso, instruindo-os a alterarem a região no site da exchange para continuar operando derivativos levaram à reabertura das investigações.
Nazar ressaltou que a Binance não oferece derivativos ou valores mobiliários no Brasil e que a empresa respeita e segue as diretrizes da CVM.
Desse modo, o depoimento acarretou em um debate entre Nazar e o presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro, sobre a operação da Binance no Brasil como corretora internacional, especialmente em relação à tributação e à forma como a empresa gerencia depósitos e saques de seus clientes brasileiros em relação a transações com criptomoedas.
O deputado ainda solicitou à Nazar para que cooperasse com análises, e workshops sobre como fazer um rastreamento on-chain. O deputado usou a Chainalysis como exemplo do que gostaria que houvesse no Brasil. Em resposta, Nazar disse que a Binance já realiza workshops sobre combate à fraudes e lavagem de dinheiro para autoridades em todo mundo, inclusive no Brasil.