Em 2023, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou R$ 5,3 bilhões em operações de financiamento à inovação, registrando um aumento significativo de 132% em comparação com o ano anterior. Dessas operações, o total aprovado em operações contratadas diretamente com o banco foi de R$ 3,9 bilhões, representando um incremento de 181% em relação a 2022.
O BNDES destacou, em nota, que o crescimento foi principalmente impulsionado pelo programa BNDES Mais Inovação, lançado em setembro. Este programa oferece custos atrelados à taxa referencial (TR) para projetos de inovação e digitalização. Em menos de quatro meses, o programa registrou a aprovação de R$ 3,5 bilhões em 24 operações para projetos de diversos segmentos da indústria.
Conforme afirmado pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a instituição retomou um papel central no financiamento à inovação, alinhado ao objetivo de promover a neoindustrialização do país. “Essas primeiras operações mostram que as condições oferecidas pelo programa podem induzir um aumento efetivo dos investimentos em inovação e digitalização, necessários para ganhos de produtividade”, afirmou.
“O Congresso Nacional, ao permitir que o BNDES adotasse o custo em TR para projetos de inovação, criou um instrumento essencial para a consolidação de uma indústria nacional mais inovadora”, avaliou Mercadante, destacando que o programa atraiu empresas de todos os portes, muitas delas referências em seus segmentos de atuação.
O BNDES aprovou doze operações diretamente com o banco para investimentos em inovação em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) e plantas pioneiras, em consonância com as diretrizes da Nova Política Industrial brasileira. Esses projetos abrangem iniciativas de empresas de diversos setores de alta tecnologia, como semicondutores, telecomunicações, saúde, mobilidade, equipamentos e motores elétricos.
O banco de fomento destacou que recentemente foram anunciados financiamentos para várias empresas, incluindo a montadora de automóveis Volkswagen (R$ 500 milhões), a fabricante de aviões Embraer (R$ 500 milhões), a fabricante de medicamentos Hypera (R$ 500 milhões) e a empresa de tecnologia Positivo (R$ 330 milhões, com R$ 258 milhões provenientes do BNDES Mais Inovação).
Mercadante: BNDES precisa dobrar a participação no PIB do Brasil
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, reforçou nesta quarta-feira (7) a meta de dobrar a participação que o banco público tem no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, mas ressaltou que fará isso com cautela. Ele disse que o objetivo é fazer com o que o banco volte “a ser o que era no primeiro governo FHC”.
Ao ser questionado sobre a possibilidade do programa Nova Indústria Brasil ultrapassar os R$ 300 bilhões anunciados para financiamento para indústria – R$ 250 bilhões que virão do BNDES – o presidente do BNDES reforçou que espera aumentar a participação do banco público na economia brasileira de 1% para 2%, e levar ao banco ao patamar que tinha no primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
“Queremos que o BNDES volte a ser o banco que era no primeiro governo FHC, que era 2% do PIB. Hoje está em 1%. Precisa dobrar. Mas dobrar com pé no chão, com instrumento de mercado, em parceria com o mercado de capitais e o setor privado, com recursos privados para trazer para o setor público”, afirmou Mercadante, em participação em evento do BTG Pactual, em São Paulo.
Mercadante também voltou a rebater críticas ao programa de reindustrialização apresentado pelo governo, disse que o país precisa superar o “trauma” sobre o passado do BNDES e elogiou pela segunda vez o presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto.
No início da semana, ele reconheceu o trabalho do BC na liderança de crédito para cooperativas. Dessa vez, o presidente citou a declaração de Campos Neto, também em evento do BTG, sobre expectativa de crescimento do PIB:
“Fiquei feliz de ver o Roberto Campos vir aqui dizer que achava que o crescimento não seria inferior a 2%. Muito positivo. Essa é a segunda vez que elogio o Banco Central”, disse Mercadante.