A Boeing reduziu suas perdas em 96,4% no quarto trimestre, em comparação ao ano anterior, registrando um prejuízo de US$ 23 milhões. Durante o mesmo período, as receitas da fabricante de aeronaves atingiram US$ 22 bilhões, representando um aumento de 10,2% em relação ao mesmo intervalo de 2022.
Ao longo do ano, a Boeing reduziu suas perdas em 55%, registrando um prejuízo de US$ 2,22 bilhões. O faturamento total entre janeiro e dezembro atingiu US$ 77,7 bilhões, marcando um crescimento de 16,8% em comparação com o mesmo período de 2022.
No quarto trimestre, a unidade de aviação comercial da Boeing registrou um aumento de 13% nas receitas, alcançando um lucro operacional. Ao mesmo tempo, a unidade de defesa experimentou um crescimento de 9% no faturamento, enquanto a unidade de serviços teve um aumento de 6% no mesmo indicador.
Em comunicado, o diretor-presidente David Calhoun enfatizou que a transparência é a única maneira de reconquistar a confiança do mercado. “Apesar da divulgação dos nossos resultados hoje, nosso foco é em tomar decisões que fortaleçam a qualidade da Boeing”, disse.
A empresa optou por não divulgar metas financeiras para 2024 neste momento, alegando a impossibilidade de fazer projeções devido à incerteza em relação aos impactos que o incidente da Alaska Airlines no início do mês pode ter em seus resultados ao longo do ano.
Boeing paga multa bilionária por enganar investidores
A Boeing concordou em pagar uma multa de US$ 200 milhões (R$ 1,02 bilhão, na cotação atual) para encerrar um processo no Conselho de Valores Mobiliários dos EUA, que acusou a empresa de enganar investidores sobre os dois acidentes envolvendo o 737 MAX, em 2018 e 2019, que mataram quase 350 pessoas.
O ex-CEO da Boeing, Dennis Muilenburg, esteve à frente da empresa entre 2015 e 2019 e precisará pagar US$ 1 milhão (R$ 5,12 milhões) pelo mesmo motivo.
As causas dos acidentes foram atribuídas a uma falha no sistema de controle de voo (Mcas). Depois, foi feita a descoberta que a Boeing enganou reguladores e pilotos sobre o novo sistema, ao tentar obter a nova certificação da FAA (Administração Federal de Aviação), sem adotar novas medidas de treinamento.
De acordo com o “Uol”, o fabricante havia concordado, em janeiro do ano passado, pagar US$ 2,5 bilhões (R$ 12,8 bilhões) ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) por conspirar para lesar o país por conta dos acidentes.
Na ocasião, o procurador-geral adjunto afirmou que eles “expuseram a conduta fraudulenta e enganosa de funcionários de um dos maiores fabricantes mundiais de aviões comerciais”.