O chefe de economia do Bank Of America (BofA) no Brasil, David Beker, fez uma projeção ousada para o Ibovespa em 2024, durante um café da manhã com jornalistas nesta sexta-feira (15).
O banco norte-americano prevê que o principal índice acionário brasileiro sairá dos atuais 130 mil pontos para chegar ao fim do ano que vem na faixa de 145 mil pontos. Caso a projeção do BofA se confirme, o Ibovespa vai fechar 2024 com uma valorização de 11% em relação ao fechamento da quinta (14).
Para o executivo, um setor que pode surpreender no próximo ano é o do varejo. Beker admite que se trata de aposta arriscada, mas que pode gerar lucros por ir na contramão da percepção geral do mercado.
Afinal, o setor sofreu muito com a rápida e acentuada escalada dos juros e pode se beneficiar caso o ciclo de queda na Selic continue. “A vida é sempre mais difícil com os juros em alta”, disse Beker.
Beker não revelou em quais empresas do setor de varejo o BofA está apostando, mas um relatório recente contém a resposta.
Analistas do Bank of America recomendam a compra de ações do Mercado Livre (MELI34), da Vivara (VIVA3) e da Smartfit (SMFT3) quando o assunto é investir em varejo e comércio eletrônico em 2024.
Ibovespa aos 131 mil pontos? Analistas projetam cenário favorável
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, encerrou a semana em alta, acumulando ganhos significativos e atingindo uma nova máxima histórica de 131.661,25 pontos. A trajetória ascendente teve início na quinta-feira (14), quando o índice apresentou um expressivo aumento de 2,42%, alcançando os 129.465 pontos na última quarta-feira (13), o maior nível de fechamento desde junho de 2021.
“Temos acompanhado ultimamente um comportamento atípico do Ibovespa relativo a movimentos de capitais e investimentos de origem brasileira e no mundo todo, e o seu status atual realmente é notório, comentou o especialista em Finanças e Tecnologia, Fundador e CEO da Highline Venture Builder e da Artemis, João Fouad.
Nesse sentido, economista e CEO da Multiplike, Volnei Eyng, destaca alguns fatores que contribuíram para esse recorde: “O primeiro é que a bolsa já estava extremamente próxima dessa máxima. O segundo está relacionado ao fato de que, no final do ano, existe uma ausência de notícias políticas relevantes que possam criar ruídos no mercado. Além disso, quando olhamos o cenário externo, observamos, por exemplo, Europa e Estados Unidos com deflação.”
O cofundador e CEO do Accountfy, Goldwasser Neto, enfatiza que o exercício de prever os pontos futuros do Ibovespa é desafiador, mas ressalta a inclinação para uma retomada do interesse dos investidores devido à queda de juros no Brasil e à sinalização do FED sobre o fim do ciclo de alta nos EUA.