Segundo o relatório divulgado pelo Bank of America (BofA) nesta quinta-feira (4), embora o cenário das contas públicas brasileiras seja desafiador, o banco avalia que já foi pior no passado.
O estresse recente nos mercados e a valorização do dólar levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a adotar um tom mais moderado, o que é visto positivamente pelo banco.
O BofA mantém uma posição favorável no real em relação ao iene japonês.
Segundo Ezequiel Aguirre, Natacha Perez, Christian Gonzalez Rojas, David Beker e David Hauner, a liquidação nos mercados teria sido significativa o bastante, sugerindo que estaria “quase finalizada”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou que a equipe econômica está empenhada em alcançar a meta fiscal e trabalha para atingir um déficit zero no próximo ano, destacando a necessidade de cortes de despesas.
Expectativas desancoradas
Os especialistas observam que a política fiscal depende da aprovação do Congresso, onde há uma maioria de Centro-Direita, e destacam que em certas circunstâncias “Lula tende a ser progmático”, citando a recente valorização do dólar e talvez a escolha do próximo presidente do BC.
“As expectativas de inflação para o ano seguinte são de 3,6% atualmente, seria de se esperar que as taxas de juros para o ano seguinte ficassem em torno de 6,5%. Ou, dito de outra forma, o nível atual das taxas de juros de 1 ano de 11,36% seria historicamente consistente com as expectativas de inflação em torno de 5,4%”, compara.
Os analistas do BofA consideram significativo o alto nível das taxas de juros projetadas pelo mercado, diante das expectativas de inflação que eles percebem como moderadas.
“As expectativas de inflação para o ano seguinte são de 3,6% atualmente, seria de se esperar que as taxas de juros para o ano seguinte ficassem em torno de 6,5%. Ou, dito de outra forma, o nível atual das taxas de juros de 1 ano de 11,36% seria historicamente consistente com as expectativas de inflação em torno de 5,4%”, compara.
Projeções do BofA
Os especialistas levantam a possibilidade de que as projeções de consenso podem estar subestimando a inflação real, considerando a depreciação do real em 2024.
O banco prevê que a taxa Selic permaneça estável até o final deste ano e seja reduzida gradualmente, atingindo 9% até o final do próximo ano. Além disso, estimam uma inflação de 3,5% ao término de 2025.