Mercado está exagerando?

BofA vê inflação controlada e Selic em 12% em janeiro de 2025

Segundo os estrategistas, o ciclo de aumento da Selic iniciado pelo Copom será “bem sucedido” em trazer a inflação à meta de 3%

BofA vê Selic em 12%
Foto: Pixabay

Enquanto o mercado está precificando cortes maiores e a taxa básica de juros (Selic) entre 10,75% e 13% em junho de 2025, estrategistas do BofA (Bank Of America) para a América Latina veem o problema de inflação do Brasil dentro do controle e Selic em 12% em janeiro de 2025.

“Prevemos que o Brasil aumentará sua taxa de referência em 0,50 ponto percentual em novembro, 0,50 ponto em dezembro e um último aumento de 0,25 ponto em janeiro, com a taxa Selic atingindo 12% até lá”, avaliaram Ezequiel Aguirre e Christian Gonzalez Rojas, de acordo com o Valor Econômico.

Ainda de acordo com os estrategistas do BofA, o ciclo de aumento dos juros iniciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na última reunião será “bem sucedido” em trazer a inflação à meta de 3%.

Aguirre e Rojas pontuaram, inclusive, que desde 1999, ano em que o Brasil adotou a meta de inflação, nunca houve aumento de juros com uma inflação tão baixa quanto a atual.

Além disso, eles lembram que a taxa de juros real está acima de 6% e é uma das maiores dentro dos períodos analisados. “Isso aumenta a probabilidade de gerar desinflação sem exigir muitas altas [de juros]”, argumentam os estrategistas.

Selic: BTG eleva projeção para 12,5% no fim do ciclo de alta

A equipe do BTG Pactual revisou a sua projeção para a Selic (taxa básica de juros) e agora espera que ao final do ciclo de alta a taxa esteja em 12,5%, ante os 12% anteriores.

Claudio Ferraz, economista-chefe para Brasil do banco, e o economista sênior Bruno Martins disseram, em nota, que os dados do RI (Relatório de Inflação divulgados nesta quinta-feira (26) sinalizaram um tom “hawk” e, assim, reforçaram a comunicação adotada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) desde a reunião da semana passada.

O BTG projeta três elevações seguidas de 0,5 ponto percentual (p.p.) nas reuniões de novembro, dezembro e janeiro, com um ajuste final de 0,25 p.p. em março.

O RI apresentou uma “substancial revisão” de crescimento da economia brasileira em 2024, segundo os economistas, casada com a avaliação de que o hiato do produto foi para o campo positivo.

Porém, para o segundo trimestre de 2026 aainda preojeta-se um IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo) elevado de 3,5%.

“Assim, a comunicação de setembro mostra que o Copom reconheceu, no cenário doméstico, que a atividade econômica tem demonstrado mais força que o esperado e, na inflação, vê um processo mais desafiador de convergência para a meta, citando assimetria para cima em seu balanço de riscos”, avaliam os economistas, segundo o “Valor”.