Mercado

Boletim Focus: projeção para Selic em 2024 e 2025 sobe 0,25%

Piora do cenário externo e dúvidas sobre política fiscal levaram os economistas a estimar um corte a menos na taxa básica de juros no próximo ano

O mercado alterou a mediana para  expectativa de Selic terminal no atual ciclo de flexibilização, de 9,00% para 9,25% ao fim de 2024, nesta segunda-feira (30), segundo o Boletim Focus, nas vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Vale destacar que, há 11 semanas seguidas, a estimativa permanecia em 9,00%.

Ou seja, devido à piora do cenário internacional e à incerteza em relação às questões fiscais, os economistas consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) passaram a prever uma redução a menos na taxa básica de juros para o próximo ano.

No Boletim Focus, a estimativa para a taxa Selic ao final de 2025 também aumentou na mesma proporção, passando de 8,50% para 8,75%. Para 2026, no entanto, a projeção permaneceu em 8,50%, o mesmo valor mediano registrado quatro semanas atrás.

A previsão para a taxa Selic no encerramento de 2023 permaneceu inalterada em 11,75% ao ano pelo 12º semana consecutiva no Boletim Focus. Essa expectativa está alinhada com a última indicação do Copom de que o ritmo de redução de 0,50 ponto percentual é o mais adequado para as próximas reuniões.

O Copom tem apenas mais duas reuniões marcadas para este ano: uma nesta semana e outra em dezembro. Atualmente, após duas reduções consecutivas, a taxa básica de juros da economia encontra-se em 12,75% ao ano.

IGP-M sobe 0,50% em outubro, mas acumula queda de 4,57%

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou ao mercado, uma alta de  0,50% em outubro, após subir 0,37% em setembro, informou nesta segunda-feira (30), a Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Com o resultado anunciado nesta segunda, o índice acumula recuo de 4,46% no ano e queda de 4,57% em 12 meses.

Em outubro de 2022, o índice havia registrado uma redução de 0,97%, no entanto, apresentava um aumento de 6,53% nos últimos 12 meses. O dado de outubro superou as expectativas dos analistas, que previam uma inflação de 0,37% no mês, de acordo com o consenso Refinitiv.

De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, a taxa do índice ao produtor continua acelerando, impulsionada pelo aumento nos preços de commodities essenciais, como o caso dos bovinos, que foi de -10,11% para 6,97%; açúcar, de -2,70% para 12,88%; e carne bovina, que passou de -4,55% para 3,85%.

“Essas mudanças, que afetam parcialmente os itens que impactam os preços dos produtos finais no varejo, em breve contribuirão para atenuar a deflação observada no grupo Alimentação do IPC (de -0,60% para -0,39%). Esta classe de despesa tem atuado como um elemento de estabilização, impedindo que a inflação ao consumidor acelere em 2023″, afirmou em nota.