Concorrência

Bolsa do Rio deve iniciar operações em 2025, diz ATG

A nova Bolsa irá negociar as mesmas ações da B3, incluindo a Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), indicou o CEO

Bolsa do Rio
Foto: Unsplash

A Bolsa do Rio de Janeiro deve iniciar as operações em 2025, afirmou o CEO da empresa brasileira de tecnologia ATG, Cláudio Pracownik.

Segundo Pracownik, a estrutura da nova bolsa deve ficar pronta até o fim deste ano. Ele também destacou que a Bolsa irá negociar as mesmas ações da B3, incluindo a Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4).

As declarações ocorreram após a sanção pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD-RJ), do projeto de lei que cria incentivos e abre espaço para instalação da bolsa de valores na cidade. 

“Faria Lima, a festa está acabando”, comemorou Paes em vídeo publicado no X (antigo Twitter).

B3: rival carioca não tem chance no mercado

Dividir os ‘holofotes’ não tem sido uma preocupação para os negócios da B3 (B3SA3)Bolsa de Valores brasileira, há cerca de 25 anos. No entanto, a velha rivalidade entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro pode trazer de volta uma antiga concorrente no mercado financeiro. 

Na semana passada, o secretário de desenvolvimento urbano e econômico municipal do Rio de Janeiro, afirmou que a empresa ATG tem estudado uma reabertura da Bolsa na capital do estado, para concorrer com a B3.

A Bolsa carioca encerrou as operações em 2000. A possibilidade de levar a rivalidade a outros campos – além do futebol e da cultura – seria interessante, mas improvável, disseram especialistas ao BP Money.

“Toda concorrência é bem-vinda, inclusive à B3, mas nos mesmos produtos, e, considerando-se a intensidade do capital investido necessário, não será agora que veremos [uma nova Bolsa]”, avaliou Ricardo Martins, economista chefe da Planner Investimentos.

Tirar esse projeto do papel e transformá-lo em realidade pode encontrar obstáculos com os quais a B3 já exerce dominância. 

Uma Bolsa com cerca de 450 companhias não estimula concorrência, segundo Martins, por conta das exigência que as empresas de capital aberto brasileiras precisam atender e se adequar, na tentativa de atender bem os reguladores e o mercado.

“Com a alta dominância da B3, qualquer movimento comercial ou de preços será coberto, dada a sua expertise”, disse Martins, que também é presidente executivo da APIMEC Brasil (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil).