Bombril (BOBR4): CEO diz que empresa está “no melhor momento”

Ronnie Motta também disse que prepara a marca para novas incursões no mercado

O atual CEO da Bombril (BOBR4) Ronnie Motta revelou em entrevista ao jornal “O Globo” que a empresa atravessou o seu pior momento.

“Em 2016, tivemos uma condição aguda de crise de liquidez, com fábrica parada, escassez de produtos. Fizemos uma reestruturação operacional e financeira ao mesmo tempo. Reestruturamos o portfólio e racionalizamos nossas opções. Neste ano, fizemos uma reestruturação da dívida, tudo isso sem entrar em recuperação judicial. A empresa está no seu melhor momento”, disse o CEO. 

O executivo também disse que prepara a marca para novas incursões no mercado. A estreia no segmento de sabão líquido e em pó para lavar roupas é uma das apostas. O fortalecimento da marca Mon Bijou, famosa pelo amaciante, é uma das prioridades.

“Mon Bijou está voltando, é uma marca muito forte, que não estávamos explorando. Fizemos um reposicionamento porque a categoria de roupas é, disparada, a principal do ramo de higiene e limpeza do mercado. Queremos crescer no segmento o mais rapidamente possível. É categoria importante para virarmos a chave”. 

Bombril faz acordo milionário para fugir da crise

Em abril, a Bombril recorreu a um empréstimo de R$ 300 milhões. Na época, Ronnie Motta, disse que a companhia “está em seu melhor momento operacional”. Ele também afirmou que a empresa teve faturamento recorde de R$ 2 bilhões em 2022 e está focada na rentabilidade.

“O maior problema da companhia era mesmo o custo das dívidas e os vencimentos, que foram resolvidos agora”, disse o executivo em entrevista ao Uol. “Estamos olhando com bastante critério nossas margens, melhorando nosso mix de venda, posicionando corretamente nosso produto na gôndola e negociando melhores condições com os fornecedores”, acrescentou o empresário.

Ouvido pelo Uol, o economista especialista em Varejo e professor da FGV, Roberto Kanter, acredita que o empréstimo dá fôlego à Bombril, mas ainda há muito a fazer. Na sua avaliação, a empresa trocou várias dívidas menores, prestes a vencer e com juros altos, por uma dívida mais longa, mas com condições melhores de pagamento. “Isso [o empréstimo] não vai fazer a Bombril sair do vermelho para o azul. O que vai fazer isso não é dinheiro, é gestão: é receita maior que despesa.”

Segundo ele, a companhia de produtos de limpeza precisa reestruturar o negócio e desenvolver novos canais de vendas para sair da crise. “O Bombril é ótimo, mas as pessoas não compram toda semana. Enquanto o mundo inteiro busca criar modelos digitais, a Bombril é muito analógica. Isso, talvez, seja um dos maiores entraves ao futuro da companhia”, avaliou.

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