O Banco Bradesco (BBDC4) anunciou nesta quinta-feira (6), através de fato relevante, que pagará R$ 4 bilhões em JCP (juros sobre o capital próprio) com relação ao período entre janeiro e junho deste ano.
O Bradesco definiu que o valor total que será pago por ação ordinária BBDC3 equivale a R$ 0,359141350. Já o valor a ser pago por ação preferencial BBDC4 será de R$ 0,395055485.
Todos os acionistas que estivem listados na base do banco até o dia 17 de junho terão direito ao JCP. A partir de 18 de junho a ação ficará como “ex-direito”.
Bradesco (BBDC4) prevê poucos cortes e eleva projeção da Selic
As estimativas para a Selic (taxa básica de juros) deste ano, fora revisadas pelo banco Bradesco (BBDC4). Para os analistas, a taxa brasileira deve ficar em 10,50% ao ano em 2024, a previsão anterior era de 9,50%.
A equipe do Bradesco decidiu alinhar-se à mudança de postura do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), que em sua última reunião saiu da sequência de 6 cortes seguidos em 50 pontos-base da Selic, para apenas 25 pontos-base.
Contudo, essa não foi a única razão. Na ata da reunião, ficou claro que o Copom se preocupa com a inflação, o aperto no mercado de trabalho, a atividade econômica acelerada, além da inflação de serviços intensivos em trabalho estar desalinhada da meta, de acordo com o “Suno”.
“Julgamos que o BC deixou pouco ou nenhum espaço para cortes adicionais da Selic. Diante da mudança da comunicação do Copom, revisamos nosso cenário para a taxa básica neste ano, de 9,50%para 10,50%”, consta no relatório do Bradesco.
Banco também espera queda no PIB por conta dos juros
Para os analistas, o BC deve alcançar seu objetivo de levar a inflação à meta se manter esse nível de juros até meados de 2025.
“Assim, revisamos também nossa projeção para o IPCA do próximo ano, de 3,4% para 3,1%, o que permitirá que o BC inicie um novo ciclo de cortes, levando a Selic para 9,5% ao final de 2025″, disseram.
Outra consequência aos dados econômicos do Brasil será no PIB, que segundo o Bradesco deve sofrer uma desaceleração em 2025, por conta dos juros altos.