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Bradesco (BBDC4): BBA vê ação barata e eleva a compra após balanço

Por volta das 12h05 (horário de Brasília), a ação ordinária BBDC3 subia 1,55%, cotados a R$ 12,46, e BBDC4 avançava 2,20%, a R$ 13,92

Banco Bradesco (BBDC4)
Banco Bradesco (BBDC4) / Foto: Divulgação

No dia seguinte ao significativo aumento de aproximadamente 8% nas ações do Bradesco (BBDC3; BBDC4), impulsionado por resultados que superaram as expectativas do mercado, o Itaú BBA optou por atualizar sua recomendação para o papel BBDC4, passando de “neutro” para “compra”.

Por volta das 12h05 (horário de Brasília), a ação ordinária BBDC3 subia 1,55%, cotados a R$ 12,46, e BBDC4 avançava 2,20%, a R$ 13,92.

O banco também estabeleceu um novo preço-alvo de R$ 16,50 para o final de 2025, o que sugere uma potencial valorização de 21% em relação ao último preço de fechamento.

O BBA observa que o Bradesco enfrentou um período difícil, durante o qual perdeu participação de mercado em volumes de crédito.

No entanto, os resultados divulgados ontem confirmam que as recentes iniciativas de gestão estão produzindo resultados positivos, refletidos no crescimento lucrativo da carteira de crédito.

Além disso, de acordo com os analistas, a proposta de valor do banco está sendo aprimorada, preparando-o para aproveitar as oportunidades de um ciclo de crédito ao consumidor mais favorável.

Os analistas também ressaltam que os esforços para melhorar a eficiência estão seguindo a direção correta, com perspectivas de contribuir para os lucros futuros, graças ao desempenho robusto na otimização de infraestrutura e recursos humanos.

Gestão do Bradesco

Para o segundo semestre de 2024, o BBA projeta um crescimento contínuo dos lucros, o que reforça a confiança na gestão do banco. Com base nessa perspectiva, o banco revisou suas estimativas para o Bradesco, elevando-as pela primeira vez em anos.

Isso confirma que o ativo está substancialmente subvalorizado, sendo negociado a aproximadamente 0,8 vez o valor patrimonial (P/VPA) para 2025 e a 6 vezes o lucro (P/L).

No que diz respeito ao risco, alguns investidores podem temer que o aumento na concessão de créditos de maior risco leve a um crescimento da inadimplência em breve. No entanto, o BBA não acredita que isso seja uma preocupação iminente para os próximos trimestres.

O ambiente macroeconômico do Brasil é propício para o crédito ao consumidor, impulsionado pela baixa taxa de desemprego histórica e pelo crescimento substancial da massa salarial real.

Além disso, o banco deverá se beneficiar de um impulso de R$ 1 a 1,5 bilhão provenientes da recuperação de crédito da Lojas Americanas, que pode ser utilizado para ampliar a cobertura ou aumentar os lucros.

Outras casas de análise avaliam

A Genial Investimentos também manteve sua recomendação de compra para o Bradesco, estabelecendo um preço-alvo de R$ 17. O desempenho do segundo trimestre de 2024 mostra uma recuperação em relação ao trimestre anterior, com perspectivas otimistas para os períodos futuros.

De acordo com a Genial, o desempenho favorável foi impulsionado pela melhoria no ciclo de crédito, pelo crescimento na receita de juros provenientes dos clientes e pela continuidade na implementação do plano estratégico.

Embora o segundo trimestre de 2024 possa ter sinalizado um ponto de inflexão para o Bradesco, o Goldman Sachs ainda vê incertezas quanto à capacidade do banco de expandir sua carteira de forma eficaz em termos de custo e risco no médio prazo. Portanto, a instituição manteve sua recomendação neutra e seu preço-alvo de R$ 14.

O Goldman Sachs revisou sua previsão para o lucro líquido recorrente de 2024, aumentando-a em 9%, para R$ 19,5 bilhões. Esse ajuste reflete a incorporação de despesas com provisões menores do que o esperado no trimestre.

Assim, o banco agora projeta R$ 32 bilhões em provisões para o ano de 2024, abaixo da faixa orientada de R$ 35 a 39 bilhões. No entanto, essa redução nas provisões é parcialmente compensada por uma margem financeira líquida menor, que agora está prevista para uma contração de 1% em 2024.

O banco americano também observa que a ação está sendo negociada a 0,9 vez o P/VPA (preço sobre valor patrimonial) estimado para 2024, mesmo após o aumento de 8% registrado ontem, devido à pressão sobre a rentabilidade.