As ações do Bradesco iniciaram a sessão desta quarta-feira (7) em forte queda, decepcionando o mercado com resultados aquém das expectativas. Por volta de 11h31 (horario de Brasília), a ação preferencial recuava 9,50%, enquanto a ordinária perdia 10,12%. No mesmo horário, o Ibovespa operava em baixa de 0,33%, aos 129.986 pontos.
O lucro recorrente do banco no quarto trimestre de 2023 totalizou R$ 2,878 bilhões, abaixo da média das projeções dos analistas consultados pelo Valor, que era de R$ 4,657 bilhões. Os resultados do ano passado também ficaram aquém do guidance em diversos indicadores, mesmo após revisões após os dados do segundo trimestre.
Bradesco (BBDC4, BBDC3): perspectivas cautelosas para 2024
Além disso, as expectativas para este ano não animaram os investidores do Bradesco. O guidance sugeriu perspectivas mais conservadoras para 2024, com previsão de lucro entre R$ 17 bilhões e R$ 18 bilhões, contrastando com a expectativa anterior do mercado, que oscilava entre R$ 20 bilhões e R$ 22 bilhões.
Os pares do banco também apresentavam baixa, embora de forma mais moderada: Itaú PN caía 0,78%, BB ON recuava 0,03% e Santander units perdia 0,47%.
No pregão anterior, a ação do Bradesco havia registrado uma das maiores altas do Ibovespa, subindo 6,21%, impulsionada por propostas relacionadas à Cielo e expectativas sobre o plano estratégico da companhia, anunciado após o balanço.
Bradesco (BBDC4): lucro recorrente de R$ 2,88 bi no 4T23, abaixo do esperado
O Bradesco (BBDC4) comunicou ao mercado, na manhã desta quarta-feira (7), os resultados reportados no quarto trimestre de 2023 (4T23). O banco apresentou um aumento significativo de 80,4% no lucro líquido recorrente em comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 1,595 bilhão para R$ 2,878 bilhões. O quarto trimestre de 2022 (4T22) foi marcado por uma provisão para toda a exposição à Americanas (AMER3), que entrou em recuperação judicial em janeiro do mesmo ano.
Apesar do aumento no lucro, o resultado ficou consideravelmente abaixo da média da LSEG, que projetava um lucro de R$ 4,57 bilhões, representando uma queda de 37,7% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. No mesmo período, o lucro líquido contábil atingiu R$ 1,703 bilhão, representando um aumento de 18,5% em comparação com os R$ 1,437 bilhão registrados no ano anterior.
Em 2023, o lucro líquido recorrente totalizou R$ 16,3 bilhões, refletindo uma queda de 21,2% em relação ao ano de 2022. Esse declínio foi influenciado pelas despesas relacionadas à Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e pela redução da margem financeira com os clientes. Para mitigar os riscos, o banco reduziu o ritmo das concessões de crédito em linhas consideradas mais arriscadas, o que resultou em uma redução no crescimento das receitas.