O Itaú BBA seguiu os passos do JPMorgan e cortou a recomendação das ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) de outperform (equivalente à “compra”) para market performa (equivalente à “neutra”). Já o preço-alvo passou de R$ 23 para R$ 21 ao final de 2023.
Segundo analistas do Itaú BBA, a reclassificação foi em função da deterioração da qualidade do crédito e da margem financeira líquida (NII, na sigla em inglês).
Ainda, olhando para o próximo trimestre, o BBA projeta outro conjunto de resultados fracos. Não apenas os índices de inadimplência de varejo estão em alta, mas a contaminação da carteira de pequenas e médias empresas (PMEs) também afetam o terceiro trimestre de 2022.
Para os analistas, os resultados financeiros na divisão de seguros provavelmente serão afetados de forma negativa pela inflação mais baixa e índices de sinistralidade elevados.
Há também preocupações com a inadimplência corporativa no ano que vem, uma vez que a economia enxerga possíveis desacelerações. Com isso, o BBA diminuiu as precisões de lucro para o Bradesco em 2022 e 2023, respectivamente, em 4% e 10%. Em 2023, analistas prevêem aumento na receita de 8%, para R$ 29,3 bilhões.
“Qualquer reclassificação dos atuais múltiplos teriam que vir de fatores exógenos como risco-país e impacto nas taxas de juros de longo prazo”, disse o Itaú BBA, em relatório.
Entre os bancos de grande capitalização, Itaú BBA espera que o Banco do Brasil (BBAS3) reporte os melhores resultados entre os “bancões” brasileiros no terceiro trimestre deste ano, com lucro líquido de R$ 7,9 bilhões e retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 20%.
Já entre os bancos de menor capitalização, os analistas esperam que o ABC (ABCB4) registre o melhor desempenho em termos de receita e lucratividade.
As ações do Bradesco (BBDC4) registravam queda de 1,86%, a R$ 20,09, por volta das 15h40 (de Brasília) desta segunda-feira (10).