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Bradesco (BBDC4): lucro recorrente de R$ 2,88 bi no 4T23, abaixo do esperado

Resultado ficou bem abaixo da média da LSEG, que projetava lucro de R$ 4,57 bi

O Bradesco (BBDC4) comunicou ao mercado, na manhã desta quarta-feira (7), os resultados reportados no quarto trimestre de 2023 (4T23). O banco apresentou um aumento significativo de 80,4% no lucro líquido recorrente em comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 1,595 bilhão para R$ 2,878 bilhões. O quarto trimestre de 2022 (4T22) foi marcado por uma provisão para toda a exposição à Americanas (AMER3), que entrou em recuperação judicial em janeiro do mesmo ano.

Apesar do aumento no lucro, o resultado ficou consideravelmente abaixo da média da LSEG, que projetava um lucro de R$ 4,57 bilhões, representando uma queda de 37,7% em relação ao terceiro trimestre do ano anterior. No mesmo período, o lucro líquido contábil atingiu R$ 1,703 bilhão, representando um aumento de 18,5% em comparação com os R$ 1,437 bilhão registrados no ano anterior.

Em 2023, o lucro líquido recorrente totalizou R$ 16,3 bilhões, refletindo uma queda de 21,2% em relação ao ano de 2022. Esse declínio foi influenciado pelas despesas relacionadas à Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e pela redução da margem financeira com os clientes. Para mitigar os riscos, o banco reduziu o ritmo das concessões de crédito em linhas consideradas mais arriscadas, o que resultou em uma redução no crescimento das receitas.

Esses efeitos persistiram no quarto trimestre, no qual o banco também registrou R$ 1,175 bilhão em itens não recorrentes. Deste montante, R$ 570 milhões foram alocados para uma provisão destinada à reestruturação, principalmente na rede de agências. Este movimento representa o primeiro passo do plano estratégico que o novo presidente, Marcelo Noronha, pretende implementar no banco.

“Agora, o Bradesco começa a executar um novo plano de iniciativas, que não tem paralelo na história do banco”, afirmou Noronha, através de nota. Ele disse que o balanço divulgado hoje começa a mostrar melhorias, em especial na aceleração do crédito massificado, que é mais rentável. “Considerando a qualidade das novas safras, vemos espaço para continuar expandindo a originação”, disse o executivo.

Carteira de crédito

No final do trimestre, a carteira de crédito do Bradesco totalizou R$ 877,285 bilhões, registrando uma queda de 1,6% em comparação com o ano anterior. Esse declínio foi impulsionado pela diminuição nas operações destinadas a pessoas jurídicas, que apresentaram uma redução de 3,6%, enquanto as operações para pessoas físicas aumentaram 1,2%. A taxa de inadimplência, medida pelo critério de atrasos superiores a 90 dias, atingiu 5,1%, representando um aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao ano anterior.

A margem do banco com clientes, que reflete o ganho em operações de crédito, registrou uma queda de 11,7% em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 15,432 bilhões. Já na área de tesouraria, o resultado do banco foi de R$ 696 milhões, revertendo a perda de R$ 803 milhões observada no mesmo período de 2022.

No 4T23, a margem financeira total do Bradesco registrou uma queda de 3,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 16,128 bilhões. Em relação ao trimestre anterior, houve um aumento de 1,7%. Por outro lado, as receitas do banco com serviços apresentaram uma redução de 2,4% em um ano, totalizando R$ 9,028 bilhões.

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