As ações do Bradesco (BBDC4) receberam recomendação de compra do UBS BB. O banco suíço também estipulou um preço-alvo de R$ 21,00.
Em relatório emitido nesta terça-feira (13), os analistas da instituição financeira escreveram que o papel do Bradesco está desvalorizado, sendo negociado a 1,1 vezes o preço sobre valor contábil (P/B Ratio) ou 6,1 vezes o preço sobre o lucro (P/L) para 2024.
De acordo com o UBS-BB, o banco pode entregar lucro de R$ 30 bilhões em 2024, implicando expansão de quase R$ 10 bilhões no resultado final e alta de 12% ante 2023.
“Notavelmente, há uma discrepância material nas previsões de lucros de 2024 para o banco – as expectativas de lucros do lado dos vendedores variam entre R$ 24-29 bilhões, enquanto acreditamos que seus lucros estarão mais próximos do topo dessa faixa”, afirmaram.
Para finalizar, a avaliação da casa é sustentada por alguns fatores, como a melhoria dos resultados da gestão de ativos e passivos. O UBS BB estima uma perda de cerca de R$ 1 bilhão em 2023 contra um ganho de cerca de R$ 4 bilhões em 2024. Além disso, o banco suíço vê uma pequena expansão da margem de lucro dos clientes do Bradesco.
Bradesco (BBDC4): Itaú BBA reitera venda
Já o Itaú BBA reiterou sua recomendação de venda para os papéis do Bradesco (BBDC4), com preço-alvo estipulado em R$ 15, após as ações da instituição financeira subirem cerca de 14% nos últimos 30 dias.
Com a valorização, a ação do Bradesco está negociando acima de 1 vez Preço/ Valor Patrimonial e com um Preço/Lucro premium para seus principais pares. Por conta disso, o Itaú BBA recomenda que os investidores não se entusiasmem com o rali, pois espera que a recuperação dos negócios do Bradesco fique abaixo de seus pares entre 2023 e 2024.
“O Bradesco provavelmente terá que lidar com safras ruins de crédito por mais tempo do que seus concorrentes, que já estão mais avançados em domar índices de inadimplência (NPLs)”, disseram os analistas do banco em relatório. “O banco também tem menos espaço, em termos de provisões e capital, para arriscar acelerar muito cedo”, acrescentaram.
Na visão do Itaú BBA, é esperado que o Bradesco tenha melhores métricas de qualidade de crédito para acelerar a originação apenas no quarto trimestre de 2023. Com isso, a carteira deve crescer apenas 5% em 2023 e 8% em 2024.
“Enquanto isso, as despesas com provisões permanecerão altas ao longo de 2023 e não cairão muito em 2024, devido ao baixo ponto de partida da cobertura”, pontuaram os analistas.
Além disso, mesmo que uma possível queda na taxa Selic no segundo semestre possa ajudar na recuperação da margem de lucro, é esperado que o ROE do Bradesco decepcione alguns investidores, na visão do Itaú BBA.