Em 2023, o número de abates de bovinos, suínos e de frangos bateu recorde no Brasil. Foram altas de 13,7%, 1,3% e 2,8%, respectivamente, no comparativo com 2022. Os dados que apontam o crescimento do setor de frigoríficos foram publicados nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No total, foram abatidos 34,06 milhões de cabeças bovinas, 6,28 bilhões de frangos e 57,17 milhões de suínos. Nesse sentido, Volnei Eyng, economista e CEO da Multiplike, entende que o Brasil se tornar líder mundial do setor frigorífico é uma consequência.
Dentre as notícias positivas para o setor, no início de março de 2024 a China habilitou plantas de 38 frigoríficos brasileiros. Após a notícia, as ações das empresas do ramo dispararam.
O movimento do país asiático abre mais portas para empresas brasileiras ocuparem cada vez mais espaços em mercados internacionais.
O CEO explica que a criação de suína e bovina brasileira tem um custo inferior em relação a outros países, facilitando a produção da carne.
“A produção brasileira de suínos e aves é uma produção que tem um custo menor, porque a soja e o milho estão aqui (são alimentos dos animais), onde se produz também, então é um fator de competitividade muito grande. Já a criação bovina é diferente de outras partes do mundo, é criada em uma extensão de terra em pastagem”, explicou Eyng ao BPMoney.
Nessa perspectiva, o cenário é favorável para geração de receita de empresas no setor frigorífico, levando empresas nacionais a habilitarem cada vez mais plantas em outros territórios.
Na liberação da China, a JBS (JBSS3) teve 12 plantas habilitadas para exportatem para o território chinês, ao passo que a Marfrig (MRFG3) e a Minerva (BEEF3) tiveram duas plantas cada.
O pregão desta quinta-feira (14) fechou com a JBS registrando alta de 1,25%, enquanto a Marfrig saltou 3,22%.
Setor de frigoríficos cresce, mas tem ponto de atenção
Tudo indica que o setor crescerá exponencialmente, especialmente pelos cuidados sanitários para manter as habilitações estrangeiras.
Entretanto, o economistas Volnei Eyng chama atenção de investidores para uma possível volatilidade no preço que pode afetar a rentabilidade de alguns frigoríficos.
“A única cautela que o investidor deve ter, é que o Brasil depende de uma venda muito concentrada de produtos de carne e os grandes volumes se concentram em poucos países. Isso deixa uma volatilidade de preço”, explicou.