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Brasil volta a ser atrativo para investimentos estrangeiros

Depois de ficar de fora do grupo de 25 principais receptores de capital externo em 2023, Brasil chega ao 19º lugar do ranking este ano

Brasil volta a ser atrativo para investimentos estrangeiros
Investimentos / Foto: Freepik

Após estar ausente em 2023 pela segunda vez em 25 anos, o Brasil retornou à lista dos 25 países mais atrativos para o Investimento Estrangeiro Direto (IED) elaborada pela consultoria Kearney. O País conquistou a 19ª posição no ranking, marcando seu melhor desempenho desde 2017.

O Brasil avançou duas posições entre as economias em desenvolvimento e agora é considerado o quinto destino mais atraente para o IED, superando o México e ficando atrás apenas da China, dos Emirados Árabes Unidos, da Arábia Saudita e da Índia.

O sócio da Kearney no Brasil, Mark Essle, considera a reintegração do Brasil ao ranking uma notícia positiva, embora reconheça que o país ainda está distante de seu desempenho anterior. Na década de 2000 até o início dos anos 2010, o Brasil chegou a ocupar a terceira posição no ranking, sendo esse seu melhor resultado até então.

“Sumimos do mapa por causa de várias crises, mas devagar estamos novamente reaparecendo no contexto dessa fragmentação do comércio mundial, do olhar mais cuidadoso dos grandes investidores institucionais sobre onde querem alocar seus recursos”, diz Essle.

O índice de confiança do IED da Kearney é elaborado por meio de entrevistas com executivos de empresas de 30 países, que possuem uma receita anual superior a US$ 500 milhões. Este índice lista os mercados com maior potencial de atrair investimento direto nos próximos três anos.

Em 2024, houve um aumento na disposição dos participantes em ampliar seus investimentos: 88% afirmaram que pretendem fazê-lo, em comparação com 82% em 2023.

Brasil no ranking

“Assim como o restante das Américas, o Brasil se beneficia do fato de que está perto dos Estados Unidos, país cuja economia vai muito bem. Neste momento em que o ‘nearshoring’ [tendência das multinacionais de se deslocar para perto de suas matrizes] se fortalece, o IED costumar seguir de perto a dinâmica da disputa geopolítica”, diz Essle.

“Ao mesmo tempo, o Brasil também tem relacionamento estreito com a China e com a Europa, consegue caminhar entre os três blocos sem se comprometer com nenhum e é importante que continue assim”, completa.

As mudanças na lista de prioridades dos investidores institucionais ao considerar onde alocar seus investimentos refletem a importância do contexto geopolítico e as preocupações com medidas protecionistas.

Na edição de 2024, a eficiência regulatória e a facilidade de mobilidade de capitais emergiram como dois dos três principais interesses dos participantes, com 15% e 14% de citações, respectivamente.

Isso os colocou à frente de questões como transparência regulatória (13%) e taxas de juros (11%). A capacidade tecnológica e de inovação permaneceu no topo das prioridades dos investidores, com 17% de citações.

Este último, no entanto, não é o caso brasileiro. “Quando olhamos com lupa, o interesse do investidor no Brasil está mais voltado a mineração, ao agronegócio, toda essa indústria de base atrai bastante investidor. A questão é: para não corrermos o risco de ter um novo voo de galinha, é preciso usar essa chance para viabilizar investimentos em infraestrutura e acompanhar essa maior demanda por exportação”, diz Essle.

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