As ações da Braskem (BRKM5) surpreenderam e fecharam com o maior ganho na sessão do Ibovespa desta quinta-feira (9). Os papéis da companhia avançaram 15,57%, a R$ 19,98.
O desempenho veio após a Adnoc de entregar uma proposta não vinculante pelo controle da Braskem no valor de R$ 10,5 bilhões, o que equivale a um preço de R$ 37,29 por ação. Diferentemente da primeira oferta, na ocasião em parceria com o fundo Apollo, desta vez a estatal dos Emirados Árabes manifestou à Petrobras que deseja que a estatal permaneça como acionista, formando assim uma aliança que tem potencial para ser o primeiro passo para que a Braskem avance no mercado internacional.
A oferta, apresentada para a Novonor e para os bancos credores e comunicada à Petrobras, prevê o pagamento de metade dos recursos à vista. O restante deve ser pago por meio da emissão de uma note de sete anos, em dólares, com juro de 7,25% ao ano. Até o terceiro ano, o juro seria “acruado” (incorporado ao principal) e, a partir do quarto ano, deve haver o pagamento de cupom. A amortização da dívida acontece apenas no vencimento do papel.
A Petrobras (PETR3; PETR4) esclareceu ao mercado, por meio de nota, que ainda não houve uma decisão por parte da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração sobre a manutenção ou venda de sua participação na Braskem.
Desse modo, a Petrobras afirmou que continua realizando due diligence na petroquímica para decidir se exercerá seu direito de preferência ou de tag along, na hipótese de alienação das ações detidas pela Novonor na Braskem, conforme regras previstas no Acordo de Acionistas assinado entre Petrobras e Novonor.
“A Petrobras reforça que decisões sobre investimentos e desinvestimentos são pautadas em análises criteriosas e estudos técnicos, em observância às práticas de governança e aos procedimentos internos aplicáveis”, diz a nota.
Prejuízo bilionário no 3T23
A proposta pelo controle da Braskem e a consequente valorização das ações, aconteceram no mesmo dia que a companhia anunciou os números do seu balanço financeiro do terceiro trimestre de 2023.
A companhia apresentou um prejuízo de R$ 2,418 bilhões, 119,2% maior ante as perdas de R$ 1,103 bilhão no mesmo período de 2022 (3T22).
Nos últimos três meses do ano, a Braskem registrou um desempenho notavelmente superior em comparação com o trimestre anterior, com um prejuízo de R$ 771 milhões, de acordo com o balanço trimestral.
Segundo informações da Braskem, a queda no lucro líquido foi principalmente atribuída ao impacto da variação cambial no resultado financeiro. Isso ocorreu devido à depreciação de 4% do real em relação ao dólar, resultando em um impacto significativo na exposição líquida da empresa, estimada em US$ 4,0 bilhões.