Teleconferência de resultados

Braskem (BRKM5): CFO atribui prejuízo no 2T24 à alta do dólar

Pedro Freitas explicou que, embora a Braskem tenha registrado um aumento de quase 40% no Ebitda recorrente do 2T24 em comparação com o trimestre anterior

Braskem (BRKM5)
Braskem (BRKM5) / Foto: Divulgação

O CFO da Braskem (BRKM5), Pedro Freitas, destacou durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) que a variação cambial foi o principal fator por trás desse desempenho negativo, apesar do crescimento significativo no Ebitda.

A Braskem divulgou na manhã desta quinta-feira (8) seus resultados do 2T24, apresentando um prejuízo líquido de R$ 3,73 bilhões, um aumento expressivo de 385% em relação ao prejuízo de R$ 771 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.

Impacto da variação cambial

Pedro Freitas explicou que, embora a Braskem tenha registrado um aumento de quase 40% no Ebitda recorrente do 2T24 em comparação com o trimestre anterior, o resultado final foi prejudicado pela forte alta do dólar.

“Nosso prejuízo no 2T24, apesar do aumento no resultado operacional, se deve principalmente à variação cambial. Com a alta do dólar, a dívida da empresa, que é majoritariamente em dólares, se torna mais cara quando convertida para reais, gerando um prejuízo contábil significativo”, disse Freitas.

Ele ressaltou que a Braskem possui uma dívida alongada, com prazo médio de 12 anos e 54% dos vencimentos previstos para após 2030.

No entanto, a alavancagem da empresa ainda se mantém elevada, refletindo o Ebitda em patamar baixo, apesar da ligeira melhoria recente.

Situação desafiadora no Brasil

O CFO também abordou o cenário operacional no Brasil, onde a Braskem enfrenta desafios consideráveis. A taxa de utilização das plantas no país caiu para 71% no 2T24, uma queda em relação ao trimestre anterior, atribuída principalmente a um evento climático que paralisou a produção no Rio Grande do Sul por um mês. Freitas destacou que a competitividade da petroquímica brasileira no cenário global está comprometida, já que a empresa historicamente opera com taxas de utilização acima de 80%.

“O Brasil segue em uma situação bastante desafiadora. Embora tenhamos observado uma melhoria no Ebitda no Brasil, a taxa de utilização de 71% reflete a falta de competitividade da petroquímica brasileira hoje”, comentou Freitas.

Ele também mencionou que as vendas de resina da Braskem no mercado brasileiro caíram 2% no trimestre.

Perspectivas futuras da Braskem

Sobre as expectativas para o segundo semestre de 2024, Freitas mencionou que a Braskem está trabalhando com uma taxa de câmbio de R$ 5,50, um leve aumento em relação ao câmbio de R$ 5,40 utilizado no segundo trimestre.

“Estamos revisando constantemente nossas expectativas de câmbio, e para o próximo ano, nossa previsão atual é de R$ 5,38, mas devemos subir esse número”, afirmou.

Freitas concluiu a teleconferência reconhecendo que, apesar dos desafios enfrentados, a desvalorização cambial trouxe um impacto positivo marginal na competitividade da Braskem, melhorando levemente o fluxo de caixa da empresa.

No entanto, ele enfatizou que a volatilidade cambial continua sendo um fator crítico que deve ser monitorado de perto nos próximos trimestres.