A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem (BRKM5) no Senado aprovou nesta terça-feira (21), por unanimidade, o relatório do senador Rogério Carvalho (PT-SE). O documento solicita o indiciamento da mineradora pelo afundamento de cinco bairros de Maceió, que resultou na perda de lares para 15 mil famílias.
Segundo Rogério Carvalho, a CPI demonstrou que a empresa cometeu o crime de “lavra ambiciosa”, extraindo mais sal-gema do que a segurança das minas permitia.
Outra conclusão da comissão foi a necessidade de um novo modelo de governança para o setor de mineração.
“Algumas pessoas inconsequentes em busca do lucro rápido e fácil acreditaram que poderiam escavar a terra de qualquer jeito, sem se importar com a população que morava em cima. Mesmo diante da catástrofe do Rio Grande do Sul, ainda há quem pense que pode agredir o meio ambiente de várias formas sem que isso cause problemas”, enfatizou o relator na sessão desta terça-feira (21).
O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) lembrou que, durante as investigações, a Braskem reconheceu publicamente, pela primeira vez, sua culpa pelo afundamento dos bairros em Maceió. No entanto, ele destacou que esse reconhecimento não é suficiente.
“Essas pessoas, em algum momento, poderiam ter parado, poderiam ter observado a legislação do que se refere à segurança, não trabalharam com transparência e tudo isso aqui ficou muito claro. Inclusive, eu faço um apelo também para que a Polícia Federal, que há mais de cinco anos tem um inquérito em andamento, que conclua esse inquérito”, destacou Rodrigo Cunha.
Braskem (BRKM5) retoma produção em Triunfo
A Braskem (BRKM5) iniciou na segunda-feira (20), o processo de retomada gradual das operações de suas fábricas no Polo Petroquímico de Triunfo, no Rio Grande do Sul.
As atividades haviam sido paralisadas devido às enchentes históricas que afetaram o estado.
Em comunicado ao mercado divulgado nesta terça-feira (21), a Braskem informou que a expectativa é de que os trabalhos de retomada das atividades sejam concluídos em cerca de 15 dias, “se as condições climáticas e de logística permanecerem estabilizadas”.
A empresa afirmou que a decisão de retomada levou em consideração a segurança das pessoas, dos processos e da logística.