Mercado

Braskem (BRKM5): CPI no Senado atinge assinatura para ser instaurada

Comissão pode investigar os efeitos da responsabilidade da petroquímica no afundamento do solo em ao menos cinco bairros de Maceió

Braskem tenta vender ações PN via bolsa ainda em janeiro
Foto: Braskem Divulgação

Nesta quinta-feira (14), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar a responsabilidade da Braskem (BRKM5) no afundamento do solo em Maceió, no Estado de Alagoas, recebeu mais de 30 assinaturas de senadores a favor. 

Nesse sentido, a adesão já é suficiente para a abertura do procedimento e para seguir com a investigação. Vale lembrar que, a solicitação foi realizada pelo senador Renan Calheiros (MDB), que tenta elevar o valor devido pela petroquímica em indenizações a todos os afetados pelo incidente, incluindo o Estado de Alagoas.

Às 12h30 (horário de Brasília), as ações BRKM5 subiam 0,13%, a R$ 22,44. Na mínima, porém, durante a abertura, o papel chegou a recuar aos R$ 22,17.

Motivações da CPI

Em suma, houve um abalo sísmico em cinco bairros da região de Maceió, em 2018, deixando rachaduras em milhares de imóveis e crateras em ruas, afetando mais de 200 mil pessoas.

No ano seguinte, o Serviço Geológico do Brasil comprovou que os danos estavam relacionados ao processo de extração mineral do sal-gema, de responsabilidade da Braskem. 

Na sequência, o maior litígio socioambiental urbano do mundo “Caso Pinheiro/Braskem” foi incluído no Observatório Nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Desse modo, no requerimento, o senador justifica a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o fato de que a Braskem estava “pendente de pagamento de obrigações com as famílias que tiveram suas vidas destruídas”, ao mesmo tempo que, a companhia “distribuiu” dividendos bilionários aos seus acionistas em 2021.

“Como pode a empresa pagar aos seus diretores e conselheiros mais de R$ 85 milhões por ano quando foram esses mesmos executivos que estimaram erroneamente e para menos a provisão referente ao passivo de Alagoas, em aproximadamente R$ 1 bilhão?”, destaca o texto na CPI.