Caso de Maceió

Braskem (BRKM5): Defensoria abre ação contra acordos de indenização

A ação exige uma revisão de acordos de indenização por danos morais da Braskem à população de Maceió, no valor de R$ 5 bilhões

Foto: UFAL
Foto: UFAL

A Defensoria Pública de Alagoas abriu uma nova ação pública contra a Braskem (BRKM5), conforme informou a empresa nesta sexta-feira (6). A ação exige uma revisão de acordos de indenização por danos morais homologados pela Justiça, atribuindo à causa o valor de R$ 5 bilhões.

A Braskem afirmou não ter sido intimada do processo até o momento. A Defensoria de Alagoas afirmou, em comunicado publicado nesta sexta-feira, que a ação cobra a revisão, ou anulação de todos os acordos referentes aos danos morais e à transferência de propriedade dos imóveis.

“Além de solicitar a revisão das indenizações com base na análise da situação de cada vítima”, disse o órgão alagoano.

A ação diz respeito às consequências do afundamento do solo da capital alagoana. O caso começou a ser percebido a partir de 2018, quando apareceram rachaduras em imóveis e ruas de pelo menos quatro bairros de Maceió, o que obrigou que milhares de famílias deixassem suas casas.

A Braskem operava minas de sal-gema sob a superfície de Maceió há décadas, foir resposnsabilizada pelos dados e fex acordos com autoridades municipais, estaduais e federais para ressarcir a população e recuperar a infraestrutura da cidade danificada pelo afundamento do solo.

Conforme informado pela Braskem no início de agosto, do montante total de R$ 16 bilhões destinados ao caso de Alagoas, cerca de R$ 10,6 bilhões já haviam sido desembolsados e que a expectativa de conclusão do plano de fechamento e monitoramento dos poços de sal é 2026, de acordo com o “InfoMoney”.

Segundo a defensoria, “a Braskem pagou indistintamente a cada núcleo familiar a quantia de 40 mil reais, independente do número de pessoas, do tempo em que cada pessoa morava na residência, do impacto na saúde mental e física causado pela desocupação, da piora da qualidade de vida ou de qualquer outra peculiaridade individual.

Parceiros

Os defensores afirmam que houve um tabelamento ilegal do dano moral, o que é proibido pela jurisprudência do STF.

A Defensoria de Alagoas deseja que os 40 mil pagos pela Braskem a cada família, das 60 mil vítimas citadas pelo órgão, seja considerado um “adiantamento, devendo ser majorado para garantir uma compensação adequada e justa a cada vítima, considerando todas essas singularidades de cada indivíduo afetado”.

Braskem (BRKM5) é condenada na Justiça holandesa por tragédia em Maceió

Braskem (BRKM5) foi condenada pelo Tribunal de Roterdã, na Holanda, devido ao afundamento do solo em bairros de Maceió causado pela mineração realizada pela empresa ao longo dos anos. 

A condenação também determina que a Braskem pague indenizações aos autores da ação, cujos valores não foram divulgados. A petroquímica ainda pode recorrer da decisão.

Embora a decisão pode servir como jurisprudência em outros casos semelhantes, mesmo que seja específica ao caso julgado pela justiça holandesa. O Tribunal de Roterdã considerou que as subsidiárias da Braskem na Holanda, também rés na ação, não são responsáveis pelos danos em Maceió.

A Braskem informou que propôs compensação financeira a 99% dos moradores afetados pelo afundamento do solo, incluindo os nove autores da ação na Holanda, conforme apuração do “InfoMoney”.

A empresa não confirmou se irá recorrer, mas reafirmou seu compromisso com a segurança das pessoas e a conclusão das indenizações o mais rápido possível. Bem como o desenvolvimento de medidas para mitigar, reparar ou compensar os efeitos da subsidência.