Tragédia em Maceió

Braskem (BRKM5) estende perdas com início da CPI sobre Maceió

“Foi uma tortura, ameaças de morte e mortes morais. Quase perco a cabeça”, declarou a primeira testemunha na CPI

Foto: Itawi Albuquerque / Secom
Foto: Itawi Albuquerque / Secom

Pelo segundo pregão consecutivo, as ações da Braskem (BRKM5) operam em queda, estendendo as perdas da véspera. Por volta das 16h06 (horário de Brasília), as ações BRKM5 caiam 3,60%, a R$ 20,33. Nos cálculos da semana, o saldo negativo da semana já chega a 5,07%, até o momento. 

Apesar do índice atual, no mês de fevereiro o papel da Braskem acumulou alta de 17%, de acordo com o Bordcast+. Gabriel Bassotto, analista-chefe da Simpla Club, diz que a empresa está “mostrando que o ativo continua em sentido de valorização”. 

A causa da queda nas ações se deve à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as ações da Braskem que atingiu cinco bairros de Maceió. Três analistas acompanham de perto a situação que levou ao colapso da Mina 18, localizada abaixo da Lagoa Mundaú. O caso ocorreu em dezembro de 2023.

Primeiro depoimento na CPI da Braskem (BRKM5)

De acordo com a CNN Brasil, José Geraldo Marques, doutor em ecologia e pós-doutor em meio ambiente; Abel Galindo, professor, engenheiro e geotécnico; e a engenheira Natallya de Almeida Levino, professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), foram os nomes chamados à CPI. Os especialistas esclareceram sobre as causas do afundamento de terra e as consequencias geradas.

José Geraldo Marques, uma das vítimas do caso Braskem, foi o primeiro a prestar depoimento. Ele, como outras vitimistas, precisou deixar a residência durante a evacuação dos bairros abalados pela Mina 18. 

Além disso, ele também é ex-secretário executivo de controle da poluição de Maceió durante a instalação da Braskem na cidade, segundo a CNN. Marques afirmou à mesa que sofreu ameaças de morte por telefone depois de alertar as autoridades sobre os riscos da mineração. 

“Foi uma tortura, ameaças de morte e mortes morais. Quase perco a cabeça”, declarou. Segundo ele, pelos próximos 10 anos Maceió pode seguir sentindo os tremores.

“Algumas regiões de Maceió terão que conviver pelos próximos 10 anos com rachaduras e tremores até que surja a possível estabilidade defendida pela ciência, mas pelos próximos 10 anos teremos que conviver”, completou sobre o desastre da Braskem.