Os acionistas minoritários da Braskem (BRKM5) não ficaram satisfeitos com a oferta feita pela J&F Investimentos, holding da família Batista, dona da JBS (JBSS3). De acordo com o jornal “Valor Econômico”, o que teria desagradado os minoritários foi o fato de que a J&F ter oferecido R$ 10 bilhões para ficar com a dívida da Novonor junto a cinco bancos, mas não indicou quais serão os passos para assumir, posteriormente, a participação acionária na Braskem.
“A oferta da J&F representa o ‘pior cenário’, pois há muito pouca ou nenhuma transparência sobre o que virá depois”, disse um dos acionistas minoritários à publicação.
Uma outra fonte, próxima a um dos minoritários relevantes, pontuou ao Valor que o formato da operação pretendida pela J&F pode levar a uma discussão sobre a necessidade de a oferta ser estendida aos demais acionistas de Braskem, acrescentando não estar claro se os bancos credores irão aceitar um desconto tão relevante (cerca de um terço em relação ao valor atual da dívida, embutido na proposta da J&F).
Ao todo, Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), Santander Brasil (SANB11), Banco do Brasil (BBAS3) e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) têm mais de R$ 14 bilhões a receber da Novonor, antiga Odebrecht. As instituições precisam estar de acordo para que qualquer das propostas recebidas – Apollo-Adnoc, Unipar (UNIP6) e J&F – chegue às vias de fato, disse o Valor.
Em referência à oferta dos Batista, os bancos precisam primeiro aceitar a oferta para que então, aconteçam as conversas com os minoritários, disse uma outra fonte à reportagem.
Braskem: multinacional britânica se interessa por negócio
A Braskem despertou o interesse da multinacional britânica Ineos, do setor químico, na aquisição da participação da Novonor. Segundo informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Ineos teria procurado um escritório de advocacia brasileiro para obter informações sobre a venda da petroquímica.
Até então, a antiga Odebrecht recebeu proposta da Unipar (UNIP6), da J&F, dona da JBS e da Apollo/Adnoc por sua parcela na Braskem.
Com a venda ainda em aberto, existe um consenso entre a Petrobras (PETR3; PETR4) e os interessados de que o presidente Lula (PT) é quem terá um papel crucial na definição do futuro da companhia.