Balanço financeiro

Braskem (BRKM5) reverte prejuízo e lucra R$698 mi no 1° tri

A Braskem ainda reportou ter tido um avanço anual de 9% na receita líquida de vendas ao alcançar a marca de R$19,46 bilhões

Foto: Reprodução
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O balanço financeiro da petroquímica Braskem (BRKM5) foi divulgado ao mercado na madrugada deste sábado (10). Os números mostram que a empresa teve um lucro líquido de R$698 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de R$1,35 bilhão no mesmo período do ano passado.

Em outra linha, o Ebitda — lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização — recorrente apresentou uma soma de R$1,3 bilhão nos três primeiros meses deste ano, equivalente a uma alta anual de 16%. 

No entanto, o resultado ainda veio aquém da projeção de R$1,48 bilhão em pesquisa da LSEG com analistas, segundo a Reuters.

Além disso, a Braskem ainda reportou ter tido um avanço anual de 9% na receita líquida de vendas ao alcançar a marca de R$19,46 bilhões para o trimestre encerrado no final de março.

A empresa havia publicado seu relatório trimestral de produção e vendas na semana passada.

Braskem (BRKM5) é rebaixada para venda pelo BB Investimentos

As ações da Braskem (BRKM5) foram rebaixadas para venda pelo BB Investimentos, que também cortou o preço-alvo de R$ 24 para R$ 16, tendo em vista que a piora do cenário já é desafiador para a companhia. 

O banco acredita que as recentes quedas nos preços do petróleo, junto com a deterioração na perspectiva de demanda global causada pela guerra tarifária entre EUA e China, devem ser prejudiciais à Braskem.

No relatório do BB, o analista Daniel Cobucci pontuou que o tarifaço imposto por Donald Trump e a retaliação vinda da China deixou o cenário das empresas ligadas à commodity fortemente volátil, e as novidades negativas se estendem até a Braskem.

“A queda generalizada nas commodities reflete receios com a demanda e, no caso das resinas e produtos petroquímicos, agrava a condição de sobreoferta que já vem resultando em menores preços e baixo uso das capacidades instaladas, em especial para companhias que operam com base nafta, que tem custo maior do que o do etano ou propano“, ponderou.

Enquanto isso, Roberto Ramos, CEO da Braskem, disse que a percepção sobre o setor pode ser resumida pela frase: “não vemos uma recuperação desse ciclo nos próximos cinco anos, provavelmente veremos nos próximos dez”.

A avaliação do analista do BB também considerou que o setor do qual a Braskem faz parte toma decisões cuja implementação tem prazos consideráveis para entrar em operação. Além disso, a China pôs mais capacidade instalada do que as existentes na Europa, Japão e Coreia do Sul combinados, nos últimos cinco anos.

“Ao mesmo tempo, a demanda pós-pandemia não trouxe condições de reduzir estoques e nem retorno de margens operacionais que trouxessem retorno adequado aos investimentos”, disse o banco, segundo o “Money Times”.

Sendo assim, o movimento da Braskem para mitigar os impactos foi reconhecido pelo BB Investimento, a partir do momento que a empresa decidiu diversificar a matéria-prima, inserindo maior percentual de etano ou propano, mas com investimentos marginais. 

No entanto, o relatório ainda destacou serem medidas insuficiente para retomar margens que tornem o fluxo de caixa operacional positivo da Braskem no curto prazo.