Braskem (BRKM5) confirma proposta da Adnoc de R$ 47 por ação

Oferta ainda depende de avaliação e negociação com a Petrobras (PETR4)

A Braskem (BRKM5) confirmou, nesta quarta-feira (10), a oferta feita pela Apollo e pela Adnoc, em um documento citando a Novonor (ex-Odebrecht). A oferta foi confirmada por meio de estrutura de bônus e garantia e estabelece R$ 47 por ação.

A proposta não vinculante recebida pela Novonor estabelece este preço por ação com os ajustes usuais a este tipo de transação, que poderá representar 4% entre a assinatura e a conclusão da operação.

O preço por ação se divide em R$ 20 pagos à vista, em dinheiro; R$ 20 pagos com debêntures perpétuas emitidas pelos veículos adquirentes, com taxa de 4% ao ano; e aproximadamente R$ 7 com o pagamento diferido na forma de “warrant” (garantia), como explicou o veículo.

A oferta depende de avaliação e negociação com a Petrobras (PETR4) e sua eficácia está condicionada ao cumprimento de algumas condições usuais para este tipo de transação, incluindo, mas não se limitando a um processo de due diligence e aprovação pelos órgãos responsáveis das empresas envolvidas.

Analistas veem proposta pela Braskem (BRKM5) com ‘risco positivo’

Para o Bradesco BBI, as informações adicionais esclareceram um ponto importante para os analistas: que a emissão de títulos para a potencial aquisição será feita pelos emissores adquirentes.

Sendo assim, se a transação for concretizada e os direitos de tag-along (garantia que os acionistas minoritários têm, em caso de mudança de controle, de vender suas ações a um preço similar ao que os acionistas majoritários receberam) forem concedidos aos acionistas minoritários, parte da remuneração exigirá que os investidores assumam o risco Adnoc/Apollo.

Por um lado, os analistas do BBI veem isso como positivo, pois evita a superalavancagem da Braskem e remove o risco de estressar os ratings, além de retirar os acionistas do risco da Braskem.

Pelo outro, os especialistas acreditam que mais perguntas surgirão no mercado, como: onde os títulos serão negociáveis?; haverá um período de bloqueio para negociar esses títulos?; o título será emitido no nível AdnocApollo ou em uma subsidiária financiada específica para evitar que os investidores fiquem totalmente expostos ao risco do preço do petróleo?; quais serão as garantias desse título? os títulos serão resgatáveis?

“Todas essas questões são importantes para lidar com os riscos de liquidez e de mercado que podem fazer com que o preço do título caia significativamente. Se houver muitos investidores dispostos a lucrar com o título, pode haver inicialmente uma pressão significativa sobre o valor de face”, afirmaram.

Além disso, destacam que atualmente os títulos Saudi Aramco 2050 estão pagando um YTM* de 5,2%, mais atraente do que o que está sendo oferecido aqui. “Portanto, mais explicações seriam necessárias”, avaliam.

Os analistas explicam que o YTM é o Rendimento até o Vencimento e Rendimento de Resgate. Essa é a métrica de rentabilidade mais popular para mensurar títulos de investimentos, revelando a taxa de retorno de um título até a sua data de vencimento.

O Bradesco BBI segue com recomendação neutra para os ADRs (recibo de ações negociados nos EUA) da Braskem, com preço-alvo de US$ 13, ou potencial de alta de 23% para os ativos.

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