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Braskem (BRKM5): Justiça nega bloqueio de R$ 1 bi 

Braskem reservou R$ 14,4 bilhões para fazer frente às despesas com o problema geológico

A Justiça Federal em Alagoas negou o pedido de bloqueio de R$ 1 bilhão em recursos da Braskem (BRKM5), feito no último dia 13 pelo Ministério Público Federal (MPF), pela Defensoria Pública da União (DPU) e pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL).

A alegação aponta que a petroquímica não apresentou proposta para inclusão de novos imóveis no programa de compensação financeira às famílias afetadas pelo afundamento do solo em Maceió.

Na decisão proferida no final de semana, o juízo da 3ª Vara Federal em Alagoas apontou que, neste momento, não é possível admitir o bloqueio dos recursos porque a inclusão dos novos imóveis foi determinada por liminar. A Braskem, por sua vez, informou que está cumprindo as determinações. As informações são do “Valor”.

No total, a Braskem reservou R$ 14,4 bilhões para fazer frente às despesas com o problema geológico, que foi relacionado à extração de sal-gema pela empresa, entre valores desembolsados e provisionados em balanço.

Em nota deste fim de semana, a Defesa Civil de Maceió informou que houve “considerável redução” no deslocamento da mina 18, que estava sob risco de colapso. Ao total, foram abertas 35 cavidades, ao longo de mais de quatro décadas, usadas para a mineração de sal-gema.

Braskem: Fitch rebaixa rating para grau especulativo

A Braskem teve seus ratings rebaixados pela agência de classificação de risco Fitch nesta quinta-feira (14). Com isso, as IDRs (Issuer Default Ratings – Ratings de Inadimplência do Emissor) da petroquímica caíram de ‘BBB+’ para ‘BB-‘, o que configura grau especulativo. Com isso, a agência entende que há um maior risco de que a empresa não consiga arcar com seus compromissos.

Além da holding, foram rebaixadas as notas das subsidiárias da companhia nos EUA (de ‘BBB-‘ para BB+’) e na Holanda (de ‘BB’ para ‘BB-‘). Um fator determinante para os cortes foi o pedido conjunto do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União (DPU) e do Ministério Público do Estado de Alagoas de um bloqueio de R$ 1 bilhão das contas da empresa para cumprimento de decisão liminar.

“Os ratings negativos refletem o aumento dos riscos ambientais e as novas reclamações de R$ 1 bilhão (US$ 200 milhões) associadas ao possível colapso de uma mina de sal no contexto do evento geológico em Alagoas, o que poderia piorar o perfil do fluxo de caixa da empresa”, explicou a Fitch em documento.

“A Fitch espera que o FCF (fluxo de caixa para financiamento) fique negativo por um período mais longo do que o esperado, enquanto a empresa permanece exposta a uma desaceleração prolongada no setor petroquímico, o que resultou em um aumento significativo da dívida líquida”, acrescentou.

A Fitch espera que a alavancagem líquida, excluindo a Braskem Idesa, será de cerca de 10,0 vezes em 2023, caindo para 5,5 vezes em 2025 – anteriormente, a previsão era de 3,5 vezes nesse quesito.