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Braskem (BRKM5): Pacheco passa a apoiar CPI após colapso em Maceió

Ao menos seis bairros correm o risco de afundar e a cidade está em "alerta de colapso"

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que busca investigar a atuação da Braskem (BRKM5) no desastre ambiental em Maceió (AL) ganha força para sair do papel. Ao menos seis bairros correm o risco de afundar e a cidade está em “alerta de colapso”.

De acordo com a apresentadora do GloboNews, Daniela Lima, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, telefonou para senadores do Alagoas no fim de semana e prometeu passar a atuar pela instalação da CPI.

A comissão teve assinaturas suficientes para ser instalada, mas até agora só o MDB indicou membros para o colegiado. Os demais partidos ainda não ofereceram nome.

Com o apoio, a meta dos representantes de Alagoas é instalar a CPI, escolher relator e aprovar, ainda este ano, um plano de trabalho.

Principal entusiasta da comissão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) também busca apoio do governo federal. Ele terá uma reunião nesta terça-feira (5) com o vice-presidente Geraldo Alckmin e, na volta da COP, vai levar Lula a Maceió. De Dubai, o presidente confirmou que deseja ir pessoalmente ao local.

Braskem tem agenda sustentável na COP28 em meio à colapso em Maceió

A Braskem, responsável pela gestão da mina 18 em Maceió, que enfrenta a ameaça de colapso iminente, está envolvida em dois painéis durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Na conferência, representantes da Braskem irão falar sobre “O papel da indústria na economia circular de carbono neutro” e sobre os “Impactos da mudança do clima e a necessidade de adaptação da indústria”. Os painéis estão previstos para ocorrer na sexta-feira (8) e na segunda-feira (11). A COP28 tem como intuito debater as mudanças climáticas e como evitá-las.

O Brasil marca presença na COP28 com a maior delegação entre os países participantes, totalizando 1.337 inscritos. A delegação oficial do governo conta com aproximadamente 400 pessoas.

O Pavilhão do Brasil apresentará uma programação abrangente, composta por 129 painéis e eventos ao longo da conferência, que se estende até 12 de dezembro. Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), foram recebidas 699 propostas de painéis, sendo que a seleção considerou critérios como a diversidade de debatedores e relevância temática, entre outros. O processo de escolha foi conduzido por um comitê técnico, composto por representantes indicados pelos organizadores.

A Braskem disse ao Correio Braziliense que está acompanhando atentamente as discussões sobre mudanças climáticas. A empresa ressaltou seu compromisso com metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e o impulso em direção a produtos mais sustentáveis, incluindo bioprodutos e itens com conteúdo reciclado. Vale destacar que a Braskem está no epicentro do desastre iminente em Maceió, relacionado à possível colapsa da mina de sua responsabilidade.

A empresa detém um total de 35 minas na região, originalmente utilizadas para a extração de sal-gema, fundamental na produção de sódio para a soda cáustica e cloro para a fabricação de PVC. O processo de extração foi conduzido por décadas na área, mas em 2019, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) identificou afundamentos no solo, resultando no fechamento das minas. Desde então, mais de 60 mil pessoas em cinco bairros tiveram que ser realocadas.