Lucro futuro

BRB projeta lucro de R$ 1,5 bilhão em cinco anos com compra do Master

BRB projeta ganhar R$ 1,5 bilhão em cinco anos com compra de parte do Master, mantendo ativos estratégicos e excluindo R$ 51 bilhões de passivos e investimentos

Banco de Brasília (BRB)
Foto: Agência Brasília

O BRB (Banco de Brasília) estima obter um lucro adicional de R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos com a aquisição de parte do grupo Master. 

Os números constam no relatório enviado pelo banco aos deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal, junto com o projeto de lei que autoriza a operação, ao qual o Valor teve acesso.

Segundo o documento, “a compra da participação no Banco Master permitirá ao BRB incrementar cerca de R$ 1,5 bilhão ao resultado do quinquênio, projetando um lucro superior a R$ 2,7 bilhões em 2029”.

Para efeito de comparação, o BRB registrou lucro de R$ 282 milhões em 2024 e projeta R$ 1,254 bilhão em 2025; R$ 1,251 bilhão em 2026; R$ 2,375 bilhões em 2027; R$ 2,639 bilhões em 2028; e R$ 2,704 bilhões em 2029.

O relatório detalha também os ativos do Master que não serão adquiridos pelo BRB. Inicialmente, fontes apontavam R$ 48 bilhões, mas o texto oficial indica R$ 51,254 bilhões. 

Considerando que o banco Master tinha R$ 75,18 bilhões em ativos em junho, o BRB ficará com R$ 23,92 bilhões.

Entre os ativos excluídos estão R$ 19,477 bilhões em fundos de investimento considerados “não aderentes” às políticas do BRB; R$ 12,280 bilhões em “outros créditos” (como recebíveis de ações judiciais e posições sem avaliação de contrapartes); R$ 9,429 bilhões em precatórios; R$ 7,593 bilhões em operações de crédito, principalmente para pessoas jurídicas sem garantias; e R$ 2,472 bilhões em CRIs (certificados de recebíveis imobiliários).

Os passivos excluídos somam praticamente o mesmo valor: R$ 51,253 bilhões. Entre eles, R$ 33,591 bilhões em depósitos a prazo; R$ 17,061 bilhões em depósitos interfinanceiros; e R$ 601,9 milhões em ajustes patrimoniais. 

O documento explica que serão eliminados os depósitos interfinanceiros com outras instituições e os CDBs distribuídos por plataformas de investimento, cujo custo de captação chega a cerca de 120% do CDI.

Com isso, o BRB ficará apenas com R$ 4,613 bilhões em CDBs do Master. Segundo o sistema IFData do BC (Banco Central), em março o Master possuía R$ 58,511 bilhões em depósitos a prazo. 

Os ativos que não forem adquiridos serão transferidos para uma nova empresa, e, por serem menos líquidos, o mercado prevê que o banco Master poderá precisar de nova intervenção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para honrar seus compromissos.