Os acionistas da BRF (BRFS3) aprovaram nesta segunda-feira (3) um aumento de capital de até 500 milhões de ações. De acordo com a ata da assembleia, os investidores deram o sinal verde para que o frigorífico emita os novos papéis e possibilite a realização de um follow-on de até R$ 4,5 bilhões.
A companhia já havia comunicado anteriormente os termos do aumento de capital, que contará com uma emissão primária de 500 milhões de ações a um preço máximo de R$ 9,00. É esperado que o fundo saudita Salic compre metade desses papéis, e a Marfrig (MRFG3) adquira a metade restante das ações da dona das marcas Perdigão e Sadia.
Além disso, os acionistas da BRF concordaram em abrir mão, excepcionalmente, da poison pill que é acionada quando um investidor passa de 33,33% do capital da empresa. A Marfrig já tem 33,27% da dona da Sadia e Perdigão e, com a oferta, chegará a 38,7%.
Nesta segunda-feira (3), as ações da BRF não recuaram e nem avançaram, cotadas a R$ 8,91.
BRF (BRFS3): Goldman Sachs recomenda venda
As ações da BRF (BRFS3) receberam recomendação de venda da Goldman Sachs. Apesar da notícia de que o frigorífico irá receber um aporte de R$ 4,5 bilhões, os analistas do banco norte-americano citaram a questão da gripe aviária como decisiva para a recomendação.
Em relatório, a Goldman Sachs afirmou que a doença se tornou um risco maior após ser detectada no Paraná, maior produtor de aves do Brasil.
“Embora os casos até agora estejam restritos a animais selvagens, a doença tem se intensificado e vemos crescentes riscos de um possível contágio para plantas comerciais (o que pode desencadear restrições temporárias de comércio). A BRF apresenta os maiores riscos em nossa cobertura e reiteramos nossa classificação de venda para a ação”, escreveu o analista Thiago Bortoluci, que assinou o relatório do banco.
Desde o dia 15 de maio, o Brasil já acumula 49 casos de gripe aviária, espalhados por seis estados. No Espírito Santo e no Amazonas, autoridades já investigam duas mortes de animais domésticos.
“Vemos riscos significativamente maiores para a BRF, já que ela deriva 24% de suas vendas das exportações de frango do Brasil. A experiência de outros países sugere que tende a ser relativamente difícil isolar totalmente as plantas comerciais e uma possível propagação da doença pela região Sul poderia desencadear restrições significativas de comércio (mesmo entre os parceiros que podem adotar apenas restrições regionalizadas”, acrescentou a Goldman Sachs.