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BRF (BRFS3): Goldman Sachs recomenda cautela e reforça venda para ações

Banco reconhece que o resultado 4T23 pode ser mais forte do que o esperado

Embora o Goldman Sachs reconheça a possibilidade de um desempenho mais robusto do que o esperado no quarto trimestre (4T23) da BRF (BRFS3), o banco manteve sua recomendação de venda para os ativos e identificou cinco razões para adotar uma postura cautelosa. Em um intervalo de três pregões, de sexta a terça-feira, as ações registraram um aumento de 18%.

Para o futuro, o banco mantém a perspectiva de que a volatilidade nos preços dos grãos, os mercados internacionais com excesso de oferta e a intensificação da concorrência da Seara podem representar riscos adicionais para a geração de fluxo de caixa livre da BRF, que ainda não atingiu o ponto de equilíbrio.

O frigorífico, cuja ação apresenta um ganho acumulado de 87,54% nos últimos 12 meses, está programado para divulgar seu balanço do 4T23 em 26 de fevereiro. O Goldman Sachs estabeleceu um preço-alvo de R$ 9,70 para BRFS3, representando uma queda de 34% em relação ao fechamento do dia anterior.

De acordo o relatório, o forte El Niño registrado no final do ano passado já está mostrando sinais de pressão sobre os valores da soja. “Um calendário de plantio atrasado, juntamente com uma alta probabilidade de La Niña mais tarde no ano, também adiciona riscos para o milho safrinha, enquanto os preços à vista surpreendentemente baixos podem se refletir em menor área plantada”, diz o documento.

Nesse cenário, a BRF, que é dependente dos grãos utilizados na alimentação das aves, pode ver sua capacidade de lidar com possíveis interrupções na safra brasileira reduzida. As projeções futuras sugerem, no momento, uma potencial inflação nos custos médios de aproximadamente 7% no segundo semestre de 2024.

Excesso de oferta global

O Goldman Sachs observa que os mercados internacionais ainda enfrentam ampla oferta excessiva, uma vez que um ajuste gradual nos EUA é mais do que compensado por volumes mais elevados provenientes do Brasil.

Embora a produção de carne Halal pareça relativamente mais resiliente, o banco, mesmo ajustando para isso, enxerga uma perspectiva persistentemente desafiadora para as operações internacionais da BRF, que representam 44% de suas vendas nos últimos 12 meses. As margens médias de exportação no Brasil contraíram 6,3% trimestralmente em dólares americanos no 4T23.

No auge do ciclo de lucros, o Goldman Sachs observa que a BRF está projetando um rendimento de fluxo de caixa livre modesto de 0,6%, considerado baixo para justificar seu atual múltiplo Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 7,1 vezes nos últimos 12 meses. Em comparação, a JBS, classificada como compra, apresenta uma projeção de rendimento de 9,0% em 2024, apesar do cenário desafiador no ciclo da carne bovina nos EUA, operando com um múltiplo de 6,3 vezes EV/Ebitda.

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