Para BTG (BPAC11), Copa do Mundo deverá afetar saúde; entenda

Analistas do BTG destacaram uma possível desaceleração da atividade econômica durante jogos da Seleção em dias úteis na Copa

Em documento divulgado na última terça-feira (13), o BTG Pactual (BPAC11) alertou para os efeitos colaterais que a Copa do Mundo do Qatar pode trazer para algumas empresas da bolsa de valores de São Paulo. O relatório trata, mais especificamente, de companhias do setor de saúde, que historicamente tendem a sofrer um pouco mais em período de Copa. 

“A partir de 20 de novembro, com as finais marcadas para 18 de dezembro, a Copa do Mundo do Qatar será destaque. Embora não seja poderosa o suficiente para mudar o valor estrutural das empresas, o evento traz muita alegria ao povo brasileiro, alterando seu comportamento regular e, em última análise, afetando a sazonalidade de alguns negócios, como os do setor de saúde”, informou o BTG no início de seu relatório.

De acordo com a instituição financeira, o efeito sazonal pode ser ainda pior para hospitais e laboratórios nesta copa, já que ela acontecerá no quarto trimestre, com a maioria dos jogos da Seleção Brasileira durante a semana. 

“O quarto trimestre geralmente é sazonalmente fraco para hospitais e laboratórios, já que as frequências tendem a desacelerar em dezembro. Por isso, esperamos uma sazonalidade ainda pior para eles este ano”, informou o BTG Pactual.

“A análise cuidadosa dos dados históricos sugere uma redução (ou um provável adiamento) na frequências não emergenciais para hospitais e centros de diagnóstico durante o Mundial Cup, beneficiando assim os índices de sinistralidade dos planos de assistência médica (ao menos temporariamente)”, acrescentou o banco em relatório. 

Segundo a instituição financeira, a Copa do Mundo tende a desacelerar a atividade econômica em períodos regulares, durante o horário comercial, principalmente. “O impacto no setor de saúde não é desprezível, embora nem enorme”, destacou o BTG.

O banco também afirmou que, no Brasil, os jogos da Seleção costumam ser considerados como um ‘pseudo feriado’, por isso tendem a desacelerar algumas atividades empresariais. Além disso, ao contrário das edições anteriores, que ocorreram em junho e julho (disseminando assim os impactos econômicos no segundo e terceiro trimestre), a Copa do Mundo deste ano cai no quarto trimestre. 

O banco destacou o fato do torneio deste ano já incluir pelo menos três partidas do Brasil em dias úteis (24 de novembro, 28 de novembro, e 2 de dezembro). “Se o Brasil se classificar para a fase de mata-mata em 1º lugar em seu grupo, todas suas partidas restantes (até as finais) serão em dias úteis”, reiterou o banco. 

Neste cenário, isso significaria o maior número de partidas disputadas pela seleção brasileira em dias de semana nas últimas quatro edições de Copa do Mundo, o que teria um efeito maior sobre as empresas de saúde e sobre a economia, segundo o BTG. 

“Nesse sentido, a venda de planos healthcare também desacelerou nas edições anteriores. Então, não é coincidência que vários players listados mencionaram os efeitos da Copa do Mundo em divulgações de resultados. Por exemplo, Bradesco, Porto Seguro e OdontoPrev viram seus índices de sinistralidade cair em meados de 2014 e novamente em meados de 2018. Muitos outros fatores certamente explicaram esses declínios, como a greve dos caminhoneiros em maio de 2018, então não estamos dizendo que foram apenas por causa da Copa do Mundo. Mas certamente teve seu preço”, destacou o BTG Pactual. 

De acordo com o BTG, após os resultados do terceiro trimestre, o banco prefere os operadores de planos de saúde aos centros de diagnósticos. 

“Ao invés de tentar quantificar os efeitos colaterais (uma tarefa impossível), o objetivo deste relatório é lançar luz sobre os players que devem ganhar força com a Copa do Mundo. A conclusão é clara: as empresas de planos de saúde (como HAPV e ODPV) devem superar fornecedores (RDOR, FLRY, MATD, DASA e KRSA)”, finalizou o BTG. 

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