Uma análise recente do BTG Pactual (BPAC11) indicou que, se o cenário de dólar na faixa dos R$ 6,00, seguindo as expectativas relatadas pelo, a tendência é que as empresas de bens de capital sejam beneficiadas. Porém, algumas ações do setor de transporte são particularmente vulneráveis a um real mais fraco.
Em um cenário base de câmbio a R$ 6 e R$ 6,50, a avaliação do BTG é que as empresas com receitas e custos em moeda estrangeiras, como WEG (WEGE3), Embraer (EMBR3), Marcopolo (POMO) e Tupy (TUPY3), devem se destacar. Isto por conta da significativa parcela de suas receitas provenientes de exportações ou operações internacionais.
Por outro lado, as companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) podem sentir as implicações de uma desvalorização permanente do real de forma mais acentuada, segundo o “Valor”.
“Para as companhias aéreas brasileiras, a maior parte (83%) das vendas é em real, enquanto aproximadamente 50% dos custos em caixa (principalmente combustível) são em dólar”, pontuaram os profissionais do BTG, Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcel Zambello.
A desvalorização do real sobre o Ebitda – lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização – e o lucro líquido também foram pontos analisados. Sendo assim, considerando todos os fatores citados, o BTG indicou que suas ações preferidas para passar por tal cenário são WEG e Marcopolo, por serem menos afetadas com seus baixos níveis de alavancagem.
Junto a essas duas, o banco também escolheu a Rumo (RAIL3) e o Grupo GPS (GGPS3) como suas principais escolhas do BTG para 2025, dentre as opções dos setores de transporte, bens de capital e infraestrutura.
Além disso, a equipe também calculou os efeitos de um cenário de real fraco e alta da Selic (taxa básica de juros) de 1% a 2% sobre o lucro líquido projetado para 2025/2026 para setores como infraestrutura e locação.
O resultado é que pode haver uma redução média do lucro líquido de 4% e 9% em 2025, respectivamente. As empresas mais impactadas são Simpar (-27% para 1%), Ecorodovias (-15%), Movida (-13%) e CCR (-12%), segundo o BTG.
Embraer (EMBR3) deve se beneficiar de ambiente global, diz BTG
O BTG Pactual (BPAC11) divulgou um novo relatório sobre a Embraer (EMBR3), destacando expectativas positivas para a companhia após 2024, com bons resultados. O banco menciona os principais desafios a serem enfrentados neste ano, bem como as oportunidades que a empresa terá em 2025.
Na visão do BTG, a unidade de defesa da Embraer (EMBR3) deve continuar se beneficiando do crescimento global nos gastos militares, especialmente na Europa, onde a empresa está bem posicionada para captar novos pedidos.
O C-390 Millennium, carro-chefe da divisão de defesa, está no centro das atenções, com expectativa de consolidação no mercado internacional, segundo o relatório.
Em relação ao segmento de aviação comercial, os analistas apontam que a Embraer deve focar no aumento do volume de entregas, enfrentando os desafios da cadeia de suprimentos que limitaram a produção nos últimos anos, conforme destacou o Suno.
A meta de atingir a marca histórica de 100 aeronaves entregues por ano em 2025 será crucial para sustentar a confiança dos investidores, de acordo com o BTG.