O BTG Pactual (BPAC11) anunciou nesta segunda-feira a entrada no Uruguai com a aquisição das operações do HSBC no país por US$175 milhões (R$973 milhões), ampliando a presença na América Latina e reforçando a posição de maior banco de investimento na região.
O banco afirmou que atuará nas áreas de varejo, crédito corporativo, banco de investimentos e gestão de fortunas, com oferta de produtos e serviços ao público que reside ou tem negócios no Uruguai e para empresas de todos os portes.
“É um movimento muito em linha com a nossa estratégia de crescente diversificação de receita para o resto da América Latina além do Brasil”, afirmou à Reuters o sócio Rodrigo Goes, responsável pela atuação do BTG nos demais países da região, que ficará à frente também da operação no Uruguai.
De acordo com um comunicado do BTG, no final de 2024, o HSBC possuía cinco agências no Uruguai, um patrimônio líquido de US$144 milhões e US$47 milhões em instrumentos de capital adicionais em poder do grupo HSBC.
A unidade tem cerca de 50 mil clientes e market share de cerca de 7% segundo Goes.
BTG compra operação do HSBC no Uruguai e reforça presença na América Latina
O BTG Pactual anunciou a aquisição da unidade do HSBC no Uruguai, em mais um passo de sua estratégia de internacionalização.
O valor da transação inclui patrimônio e instrumentos de capital adicionais, e está sujeito a ajustes até a conclusão do negócio, prevista para ocorrer entre seis e 12 meses, dependendo de aprovações regulatórias.
Com presença já consolidada no Chile, Colômbia, México, Peru e Argentina, o banco amplia agora sua atuação no mercado uruguaio.
Segundo o sócio do BTG, Carlos Goes, a região responde por cerca de 12% das receitas do banco, com níveis de retorno semelhantes aos do Brasil.
Os demais países latino-americanos representam aproximadamente 20% da carteira de crédito corporativo, com spreads também similares aos praticados no mercado doméstico.
Goes destacou que a operação uruguaia já traz retorno positivo “desde o primeiro dia”. Embora não tenha revelado os números atuais, afirmou que os retornos no país estão entre 25% e 30%, com a operação herdada do HSBC posicionada na faixa superior desse intervalo.
Entre os fatores que motivaram a entrada no Uruguai, Goes citou a estabilidade econômica, um ambiente regulatório bancário consolidado e a atratividade para investimentos em gestão de patrimônio.
“As coisas casaram. Havia um vendedor disposto, conseguimos um preço atrativo, com retornos ótimos e em uma jurisdição que gostamos muito”, afirmou.
A internacionalização tem sido uma prioridade do BTG. No ano passado, o banco adquiriu o M.Y. Safra nos EUA, onde já opera em Miami e Nova York.
Em 2023, comprou o FIS Privatbank, em Luxemburgo, e criou o BTG Pactual Europe. O banco também tem escritórios em Portugal, Espanha e Reino Unido.
“A compra do HSBC no Uruguai é parte importante da nossa estratégia internacional e fortalece nossa presença na região”, disse o CEO do BTG, Roberto Sallouti.
Segundo Goes, a operação uruguaia deve ficar entre as três principais do banco na América Latina, excluindo o Brasil, atrás apenas de Chile e Colômbia.
O banco também aguarda a concessão de uma licença bancária no Peru, esperada para os próximos nove a 12 meses, e segue avaliando oportunidades no México e na Argentina.
No México, apesar de ter analisado ativos promissores, os negócios não avançaram. “Temos interesse, mas ainda não encontramos a oportunidade certa”, afirmou.
Sobre a Argentina, Goes reconheceu que o BTG mantém uma operação pequena e lucrativa no país, mas ressaltou a cautela:
“Apesar da melhora recente, é um mercado historicamente volátil. Ainda não estamos prontos para um movimento maior”.