O BTG Pactual destaca em seu relatório a perspectiva de uma queda nas taxas de juros ao longo de 2024, já iniciada no Brasil e esperada também nos Estados Unidos e na zona do euro. Diante desse cenário, os investimentos em ativos de maior risco tornam-se mais atrativos, e as ações brasileiras surgem como uma opção promissora para quem busca retornos sólidos.
Segundo os analistas do BTG Pactual, as ações brasileiras listadas no Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, estão sendo transacionadas a um múltiplo preço/lucro (P/L) projetado de aproximadamente dez vezes, excluindo-se os papéis da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4).
“Um desvio-padrão abaixo da média”, dizem. Quando as duas blue chips estão incluídas, o múltiplo fica em oito vezes. “O prêmio para deter ações (medido como o inverso do P/L menos as taxas reais a dez anos) é de 4,4%, o que representa mais de um desvio padrão acima da sua média histórica.”
BTG Pactual destaca Brasil no mercado global
O BTG Pactual avalia que desde outubro, as ações brasileiras têm se beneficiado de uma série de fatores que contribuíram para a melhoria das condições financeiras. Isso inclui a redução das taxas de juros de longo prazo tanto no cenário nacional quanto global, a recuperação dos mercados acionários e uma melhora nas métricas de risco.
Além disso, outro ponto favorável para as ações brasileiras é a comparação de seus valuations e retornos com aqueles listados em outros mercados internacionais. Embora o retorno sobre o patrimônio (ROE) das ações brasileiras seja inferior ao da Índia (19,3%) e dos Estados Unidos (24,8%), os valuations são significativamente mais baixos.
De acordo com os analistas, as ações brasileiras estão sendo negociadas a um múltiplo preço/lucro (P/L) de 12 meses à frente de aproximadamente 8 vezes, em comparação com 21,4 vezes para a Índia e 19,6 vezes para os EUA.
É importante ressaltar que os retornos e valuations são influenciados pela forte presença da Petrobras e da Vale, que representam uma parcela significativa dos lucros consolidados (40% combinados).
Apesar disso, os analistas ainda consideram o cenário sem a presença dessas empresas, destacando que as ações brasileiras, excluindo Petrobras e Vale, continuam sendo opções atrativas, embora não alcancem os mesmos níveis de atratividade dos números consolidados.