BTRA11 fecha em queda de 16% após revelação de recuperação judicial de ativo

BP Money revelou que os arrendatários da Fazenda Vianmancel, que pertence ao BTRA11, entraram com pedido de recuperação judicia

As cotas do Fundo Imobiliário BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11) fecharam em queda de 16,49% nesta quarta-feira (22), cotadas a R$ 84,92, após o BP Money revelar que os arrendatários da Fazenda Vianmancel, produtora de milho e soja, que representa cerca de 24% do fundo, entraram com um pedido de recuperação judicial.

De acordo com fontes ouvidas pelo BP Money, o pedido deve impactar a geração de receita do BTRA11 e, consequentemente, os dividendos distribuídos aos cotistas. A operação em questão tem um valor de cerca de R$ 81 milhões dentro de um fundo com valor de mercado de R$ 342,2 milhões, ou seja, cerca de 24% do total do FII.

Em agosto do ano passado, o BTRA11 celebrou junto a Milton Paulo Cella um compromisso de compra e venda de bens imóveis, objetivando a aquisição da Fazenda Vianmancel, localizada no município de Nova Maringá, Mato Grosso. O montante total da operação foi de R$ 81 milhões. À época, o BTG anunciou que a aquisição adicionaria mensalmente cerca de R$ 0,22 por cota em dividendos.

O BP Money teve acesso ao documento de pedido de recuperação judicial do ativo Fazenda Vianmancel. De acordo com o texto, a solicitação foi feita por Milton Paulo Cella, Roseli Amália Zuchelli Cella e Vitor Augusto Cella.

De acordo com o último relatório divulgado pelo BTRA11, o fundo contava com pouco mais de 14 mil investidores. O objetivo do FII é proporcionar a rentabilidade e valorização de suas cotas no longo prazo através de investimentos em terras agrícolas produtivas (rurais e urbanas) e em fase de transformação ao longo dos principais polos agrícolas do território brasileiro. Procurado, o BTG Pactual, gestor do fundo, ainda não se manifestou sobre o caso.

O BTG Pactual informou, por meio de fato relevante, que não teve acesso aos autos, mas que há ações judiciais movidas por um credor e que manterá os cotistas informados.

“Identificamos, ainda, a existência de ações judiciais movidas por um credor dos detentores do direito de uso de superfície dos Imóveis para cobrança de determinados créditos alegadamente inadimplidos, nas quais é questionada a eficácia da operação de compra e venda dos Imóveis. A despeito de ainda não haver qualquer decisão definitiva a respeito do mérito, decisão liminar reconhece que os Imóveis são de propriedade do Fundo em decorrência de negócio existente e perfeitamente válido. A Administradora manterá os cotistas e o mercado informados acerca de qualquer desdobramento do assunto e permanece à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais”, informou o BTG.

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