A Berkshire Hathaway (BERK34) vendeu integralmente sua participação na fabricante chinesa de veículos elétricos BYD, concluindo o investimento iniciado em 2008 a partir da recomendação de Charlie Munger.
O momento encerra uma das apostas mais lucrativas de Warren Buffet, os papéis da BYD se valorizaram cerca de 3.890% durante o período em que estiveram na carteira da companhia.
A entrada aconteceu com a compra de 225 milhões de ações por US$230 milhões. No ano de 2022, o valor chegou a U$9 bilhões após um salto de 41% no segundo trimestre.
A Berkshire começou a reduzir gradualmente sua fatia em 2022. No meio de 2024, já havia vendido quase 76% das ações, ficando com menos de 5% da companhia.
Os relatórios mais recentes da Berkshire Hathaway Energy, subsidiária que detinha os papéis, indicaram valor zerado para a posição em março de 2025.
Motivos da venda
Buffett não detalhou os motivos da venda, no ano de 2023, disse à CNBC que a BYD era uma empresa “extraordinária”, mas ressaltou que encontraria ” coisas melhores para fazer com o dinheiro”.
No mesmo período, reduziu a exposição à Taiwan Semiconductor, citando riscos geopolíticos diante da tensão com a China.
A decisão marca o fim de uma aposta iniciada quando Munger classificou o fundador da BYD, Wang Chuanfu, como “um verdadeiro milagre diante do potencial de crescimento da companhia.
Metas de curto prazo
Enquanto reduzia sua posição na BYD, Warren Buffett voltou a defender a gestão com foco no longo prazo. O investidor critica a prática de empresas divulgarem projeções trimestrais de lucro por ação, que, segundo ele, distorcem prioridades estratégicas.
O tema ganhou novo fôlego depois que o presidente Donald Trump afirmou, na rede Truth Social, que a SEC deveria permitir balanços semestrais em vez de trimestrais.
Para ele, a mudança “economizaria dinheiro e permitiria que gestores focassem em administrar adequadamente suas empresas”.
A SEC disse à CNBC que está analisando a proposta como forma de reduzir encargos regulatórios.
Buffett, ao lado de executivos como Jamie Dimon, já havia defendido em artigo no Wall Street Journal que guidances trimestrais levam a cortes em investimentos de longo prazo para atender metas imediatistas.
Ambos ressaltaram, porém, que não são contra a divulgação trimestral de resultados — apenas contra a prática de antecipar previsões.