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BYD: tire suas dúvidas sobre operação na Bahia

Montadora chinesa lançou pedra fundamental de sua fábrica que será instalada em Camaçari

A montadora chinesa de carros eletrificados BYD realizou uma grande cerimônia nesta segunda-feira (9) para lançar a pedra fundamental de sua fábrica que será instalada em Camaçari, município da Região Metropolitana de Salvador (RMS). 

O evento contou com a presença de autoridades políticas como o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio Geraldo Alckmin, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o governador da Bahia Jerônimo Rodrigues, os senadores Otto Alencar e Angelo Coronel, além de deputados federais, estaduais e chefes de secretarias do governo baiano. O evento também contou com a participação dos líderes globais da BYD, Wang Chuanfu e Stella Li.

A fábrica contará com investimento inicial de R$ 3 bilhões e tem a expectativa de gerar 5 mil empregos diretos e indiretos já na primeira fase de sua implantação. 

A montadora também vai estabelecer um centro de pesquisa e desenvolvimento na região, com o objetivo de transformá-la em um polo de tecnologia, referido como o ‘Vale do Silício brasileiro’. Uma das metas principais desse centro será o desenvolvimento de tecnologia para um motor híbrido flex, que possa combinar etanol com motores elétricos.

Em coletiva de imprensa, o presidente do conselho da montadora chinesa, Alexandre Baldy, respondeu perguntas dos jornalistas e tirou as principais dúvidas envolvendo a nova unidade da BYD no Brasil. Confira:

Início da produção e quantidade 

“A primeira fase de implantação é a produção de 150 mil veículos anualmente. A segunda fase de implantação, que deverá iniciar em 2025, os investimentos serão para ampliar-se para 300 mil veículos a produção entre híbridos e elétricos. Nosso objetivo é iniciar a produção no final de 2024 para uma capacidade de 150 mil veículos. Aí, em 2025, iniciaremos a segunda fase de implantação para ampliar para 300 mil unidades anualmente. Os R$ 3 bilhões são para essa primeira fase de 150 mil veículos, caminhões e ônibus elétricos”.

Planta de Campinas

“Manteremos e investiremos na planta de Campinas. Haja vista que o governo federal tem promovido uma política pública de ampliação da frota de ônibus elétricos por vários municípios do Brasil. Então é a percepção da BYD que é necessária. Investir na planta industrial para a produção de ônibus elétricos em Camaçari e investir na planta industrial de ônibus elétricos em São Paulo”.

Produção de lítio

“Esse é um investimento à parte que nós também planejamos para realizar no Brasil. Ela vem sendo estudada, desenvolvida e a qualquer momento pode ser feito esse anúncio”.

Modelos fabricados em Camaçari

“Inicialmente o que está aprovado é o BYD Dolphin e o BYD Song Plus. Um carro elétrico e um carro híbrido. E o BYD D1, que é também SUV, a mesma plataforma do BYD-Song, só que um carro é elétrico. Todos esses são na primeira fase de plantação que é nosso objetivo final de 2024. Começaremos com esses três modelos ao mesmo tempo”.

Parceria com a Bridgestone

“Nós vamos desenvolver fornecedores. Certamente a Bridgestone, por estar aqui bem próximo, será privilegiada nessa relação com a BYD. E obviamente que todos os fornecedores locais e outros que serão atraídos nacionais e internacionais. Esse é o desejo da BYD, promover aqui a fabricação dos carros híbridos e elétricos, mas a vinda de fornecedores para que a gente possa ter um amplo polo com a capacidade de fazer localmente a produção. Relembrando que a BYD na China tem mais de 70% da produção dos componentes, peças e partes dos seus carros internamente, para que ela dependa menos de fornecedores porque esse desenvolvimento local é muito importante para garantir uniformidade e sustentabilidade da produção”.

Carros mais baratos

“O que hoje a BYD avalia é ter uma ampliação industrial fora da Ásia e o Brasil foi escolhido como país estratégico no mundo. Um grande foco é o investimento e a ampliação da marca e o reconhecimento que a maior empresa do mundo de carros com novas tecnologias vem para o Brasil e vem ser uma empresa brasileira. Nós fizemos uma quebra de paradigma no mercado. A entrada do Dolphin foi realmente uma quebra de paradigma. Vender um carro, com toda a tecnologia, sofisticação, qualidade e inovação com o preço acessível como tem a BYD, todo o mercado teve que se realinhar. Então, é nesse modelo que a BYD planeja continuar a atuar no Brasil”.

Reforma Tributária e expansão

“Todo o programa que torna a indústria em regiões em desenvolvimento e que precisem do desenvolvimento regional para crescer e gerar empregos certamente são propositivas para atrair mais investimentos. Não vou negar que esse regime automotivo torna a indústria regional do Brasil, que vem e se instala em Camaçari, uma indústria competitiva a fim de competir não só no Brasil, mas na América do Sul e na América Latina para fazer o hub nacional. Nós discutimos fatos e nossa expectativa é de que o Congresso avalie, aprecie e entenda a importância do desenvolvimento regional do Nordeste, do Norte e do Centro Oeste, para a manutenção e vinda de novos empregos.