Mercado

Cade aprova sem restrições compra da Pismo pela Visa por US$ 1 bi

Aquisição foi anunciada no fim de junho deste ano e estava em análise no órgão antitruste desde meados de agosto

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição da fintech Pismo pela empresa americana Visa (VISA34), em uma transação de US$ 1 bilhão anunciada no final de junho deste ano.

Em um despacho publicado no dia 1º deste mês, o superintendente-geral do Cade, Alexandre Barreto, concordou com os argumentos apresentados pela Visa, indicando que a transação não teria impacto na concorrência, uma vez que os ativos seriam complementares. O processo estava em tramitação no conselho desde o final de agosto.

“A Pismo oferece serviços de integração/conectividade que permitem às instituições financeiras e instituições de pagamento operar nos arranjos de pagamento com os quais possuem transações. As soluções da Pismo viabilizam o processamento em arranjos de pagamento como os da Visa e da Mastercard”, defendeu a Vista em ofício enviado ao Cade.

Ao longo do processo de análise da transação, o órgão antitruste coletou opiniões de outros participantes do mercado, incluindo BTG Pactual, Banco do Brasil, Elo, CSU Digital, Bradesco, Santander e Mastercard.

Pismo: conheça a fintech que a Visa (VISA34) comprou por US$ 1 bi

A Visa anunciou na noite de quarta-feira (29), que adquiriu a fintech brasileira Pismo, por US$ 1 bilhão. A previsão é a de que a transação seja concluída até o final de 2023.

Em comunicado, a bandeira diz que, com a aquisição, estará posicionada para oferecer aos clientes soluções de processamento bancário e de emissão para cartões de débito, pré-pago, crédito e empresariais por meio de APIs nativas em nuvem. Acrescenta que a plataforma da Pismo permitirá que a empresa ofereça suporte e conectividade para trilhas de pagamentos emergentes, como o Pix no Brasil, para instituições financeiras clientes.

A Pismo é uma empresa de tecnologia que opera nos bastidores. O negócio dela não é direto com o consumidor, nem tem uma face conhecida do grande público. A empresa fornece tecnologia para bancos e instituições financeiras, mas apostando em um formato de soluções modulares. Ou seja, é possível contratar apenas uma API em meio a um portfólio de centenas de opções.

Fundada em 2016, a empresa precisou de apenas duas rodadas de capital para crescer, atraindo acionistas como Redpoint e Ventures, Softbank, Amazon (AMZO34), o Itaú (ITUB4) e a B3. O grande mérito que os fundadores Daniela Binatti, Juliana Motta, Marcelo Parise e Ricardo Josua tiveram nessa trajetória foi desenvolver uma tecnologia que extrai o melhor do sistema de armazenamento em nuvem.

Desta forma, as instituições financeiras conseguem reduzir custos com datacenters e puderam agilizar seus processos, já que a plataforma permitia que sistemas pesados fossem rodados na nuvem.

“De forma simplista, a Pismo permite que qualquer um monte um Nubank rápido, com o mesmo grau de sofisticação, na nuvem e com a tecnologia mais moderna,” disse um investidor que conhece bem a empresa para o Brazil Journal.

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